Ato dos profissionais de Enfermagem em Fortaleza registra briga entre participantes

Conforme Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), cinco pessoas foram agredidas durante a confusão

O ato pelo piso da enfermagem que ocorreu na avenida Beira Mar, em Fortaleza, na manhã da última sexta-feira, 9, registrou briga entre representantes de órgãos a favor da causa. Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), cinco pessoas foram agredidas durante a confusão.

Segundo informações publicadas pela Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), no site do órgão, a briga teria acontecido antes de o ato começar. 

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Entidade relatou que os funcionários e dirigentes foram "agredidos" e "censurados" por membros do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Ceará (Sindisaúde/CE) e do Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE).

No relato, Fetamce publicou que teve o trio elétrico "invadido" e acusa a presidenta licenciada do Coren-CE Ana Paula e Martinha Brandão, presidenta licenciada do Sindisaúde, de liderarem um grupo de pessoas que teriam usado "da força" e de "agressões" para adentrar o espaço.

Procurada pelo O POVO, a assessoria do Coren-CE informou que a presidenta está licenciada e que por isso o órgão não iria emitir nota a respeito do assunto. Por meio de mensagem enviada por WhatsApp, às 12h17min desta segunda-feira, 12, a direção do Sindisaúde informou apenas "que estava ciente do caso". 

Ana Paula, que também é vereadora, e Martinha disputam, respectivamente, uma vaga aos cargos de deputada dederal e de deputada estadual. Por essa razão, ambas estão afastadas temporariamente do exercício das funções que mantinham nas entidades.

Cinco pessoas foram agredidas

De acordo com Enedina Soares, presidenta da Fetamce, o órgão conseguiu licença municipal para trazer um trio elétrico à manifestação. O veículo, contudo, estava limitado apenas para representantes e funcionários de entidades, sendo assim necessário apresentar uma pulseira para subir nele.

Ana Paula e Martinha teriam "se recusado" a esperar pelos acessórios e tentado subir no trio à força. Com ajuda de homens, alguns deles seguranças, a dupla teria iniciado uma briga com funcionários da Fetamce que tentaram conter a invasão. 

Enedina contou ao O POVO que uma funcionária da Fetamce teve dois braços arranhados e outra teve o cabelo puxado e levou um tapa de um homem. Um funcionário da federação, tentando defender as colegas, teria ainda sido atingido por "um murro no olho". 

A presidente relatou que Ana Paula conseguiu subir no veículo e passou a tentar "expulsar" pessoas da Fetamce, logo depois tentou empurrá-la e teria chegado a arranhar seu rosto. Logo após a confusão, o grupo da federação agredido teria ido a uma delegacia e registrado um Boletim de Ocorrência (B.O).

"Havia toda uma disposição da nossa parte de construir com todos, mas eles [Coren-CE e Sindisaúde] faziam uma construção inclusive para que nenhuma outra entidade que não fosse ligada a eles tivesse fala no ato", destacou Enedina.

Procurada pelo O POVO, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a "Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) apura as circunstâncias de uma ocorrência de lesão corporal dolosa" que teria acontecido no bairro Meireles. Segundo pasta, cinco pessoas foram vítimas de agressão.

"Conforme Boletim de Ocorrência, as cinco vítimas participavam de uma atividade sindical, quando se tornaram alvo de agressões físicas e de injúrias numa via pública do bairro", relatou o órgão de segurança, informando que o caso está sendo investigado pelo 2° Distrito Policial (DP).

Representantes negam acusações 

Procurada pelo O POVO, Martinha Brandão negou ter cometido ou liderado agressões e alegou que as informações publicadas pela federação são "caluniosas". Segundo a presidenta licenciada, houve uma reunião sobre o ato, gerida pela organização que congrega as entidades da Enfermagem no Estado, que determinou que só estaria a frente da manifestação os órgãos que fazem parte desse grupo.

"Essa federação (Fetamce), ela não compõe a frente cearense pela valorização da Enfermagem, de maneira que não poderia conduzir o ato. Para nossa surpresa, quando eu cheguei ao ato encontrei um trio elétrico alugado por essa federação que não participa da frente, não tem assento", contou representante.

Matinha acusa a Fetamce de ter colocado bandeiras da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras de cunho político nesse ato e em demais que ocorreram no Estado, tentando "politizá-los".

"Nós temos temos um alinhamento na nossa frente de que os atos da Enfermagem, nós não permitiremos a politização dele, nem da direita e nem da esquerda, por conta do momento político que estamos vivendo, de muito tensionamento", explicou.

Martinha ainda reforçou que coordena a frente pela valorização da Enfermagem, motivo pela qual mesmo licenciada do Sindisaúde podia estar no ato. "Eu não agredi e ninguém me agrediu, a subida no palco (dela e da Ana Paula) foi feita pelos próprios trabalhadores, que me pegaram pelos braços e me puseram no palanque. Essa foi a verdade sobre o episódio", relatou ainda.

Procurada pelo O POVO, a assessoria da vereadora Ana Paula enviou uma nota informando que a parlamentar teve o acesso ao trio bloqueado e que representantes da Fetamce, junto de outras entidades, tiveram uma "posição autoritária e truculenta" perante ela.

Na nota, a vereadora também apontou uma tentativa de "partidarização" da federação e garantiu estar tomando "medidas cabíveis".

Veja nota da vereadora na íntegra

"O mandato da vereadora e integrante da Frente Cearense Pela Valorização da Enfermagem Enfermeira Ana Paula (Fortaleza/PDT) lamenta profundamente a tentativa de desarticulação do movimento em defesa do piso salarial da enfermagem, ocorrida na manhã da última sexta-feira (09/09), na Av. Beira Mar, em Fortaleza.

Articuladora nacional na luta em defesa dos profissionais e do Sistema Único de Saúde (SUS), a parlamentar, junto aos demais componentes da Frente organizadora do ato no Ceará, teve seu acesso bloqueado ao trio elétrico destinado às falas das lideranças da Enfermagem, em um triste episódio politiqueiro, com claro intuito de cercear a fala democrática e de partidarizar um movimento que nasceu exclusivamente na luta diária daqueles que buscam dignidade salarial e profissional.

Ao tentar travar o acesso dos próprios organizadores do ato, componentes da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT Ceará) assumiram, perante os presentes, uma posição autoritária, truculenta e que em nada se coaduna com os princípios da democracia tão duramente conquistada – e ora fortemente ameaçada.

Aproveitamos o ensejo para emprestar nossa solidariedade a cada um dos mais de 92 mil profissionais da enfermagem cearense representados naquele ato pelos manifestantes, que, ao presenciar a truculência inicial, puderam constatar em primeira mão que a luta pela valorização e pelo respeito está longe do fim. A eles, reafirmamos: seguiremos firmes e combativos! Medidas jurídicas cabíveis já estão sendo adotadas. Ditadores não passarão!"

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