Movimento Proparque celebra 26 anos cobrando melhorias para o Parque Rio Branco

Movimento Proparque tem o objetivo de denunciar os incidentes sofridos no Parque Rio Branco, em Fortaleza, durante os últimos anos. Celebração dos 26 anos do movimento aconteceu nesse último final de semana, 6 e 7 de novembro

O Movimento Proparque celebrou 26 anos com programação e reivindicação de melhorias para o Parque Rio Branco, em Fortaleza. Dentre os danos denunciados nos últimos anos estão grades quebradas e furtadas, pontes em más condições e até quiosques destelhados. A comemoração dos 26 anos do parque foi no último fim de semana, nos dias 6 e 7, com celebração de missa e piquenique. O movimento foi fundado em 1º de novembro de 1995.

“O Movimento Proparque é um movimento de cidadania. Assim, nós participamos de outros movimentos sociais e ambientais da cidade, sempre em busca do bem coletivo. Tentamos fazer com que o parque seja respeitado pelo poder público e pela população como área de proteção ambiental, por nele existirem nascentes e riachos”, explica a coordenadora do movimento, Luísa Vaz.

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No último sábado, 6, a missa foi celebrada às 17 horas pelos padres e irmãos Ermanno Alegri e Lino Alegri, nascidos na Itália, no anfiteatro do parque. Já no domingo, 7, houve a realização do piquenique, de 9 às 12 horas. Na ocasião, os organizadores do movimento aproveitaram para expor algumas reivindicações sobre incidentes que aconteceram no local.

A realização do evento em celebração aos 26 anos do Proparque marcou a volta dos encontros presenciais no local, realizados no primeiro domingo de cada mês, que não estavam mais acontecendo desde o início da pandemia da Covid-19. Retornar ao parque, no entanto, gerou surpresa nas pessoas que participam do movimento, uma vez que as condições do Parque Rio Branco estão piores.

“As grades foram quebradas/furtadas, as pontes estão a ponto de causar um acidente a qualquer hora, os bancos estão quebrados e os quiosques foram destelhados pela própria prefeitura. Falta segurança/vigilância, as árvores estão danificadas por podas sem orientação de profissional da área”, pontua a coordenadora.

De acordo com informações passadas pelos organizadores do movimento, nos últimos três meses, o Parque Rio Branco teve cinco portões furtados, além de toda a grade do logradouro também ter sido roubada. Dessa forma, a celebração foi uma forma de denunciar os incidentes sofridos desde 1995, quando cacimbeiros utilizaram o Parque Rio Branco para despejar entulhos.

Importância do Movimento Proparque

Em contato com a Prefeitura de Fortaleza nos últimos anos, o Movimento Proparque conseguiu realizar alguns feitos, como a retirada de 52 famílias que moravam dentro do parque, aumento do circuito de caminhada, instalação de novos pisos e bancos de alvenaria, madeira e ferro, construção de duas academias de musculação e o plantio de 300 mudas após danos ambientais causados por uma empresa.

Para Antônia Sousa Oliveira, mais conhecida como Toinha, que faz parte do movimento desde a sua criação e é frequentadora assídua do Parque Rio Branco, o local é fonte de muita alegria desde a sua aposentadoria. “Muitas pessoas relatam que o parque é muito bem localizado, servindo às pessoas da localidade, além das que vêm de outros bairros. Nós temos muita felicidade em participar dali, dos encontros, das amizades e das pessoas que conversam com a gente”, explica.

Apesar de algumas conquistas nos últimos 26 anos, o Movimento Proparque continua tentando solucionar alguns problemas ainda vivenciados no local. Alguns deles são:

- Falta de Plano de Manejo e Plano de Gestão do Parque (Art. 65 da Lei Complementar 062/2009) em bases científicas, para que a Zona de Preservação Parque Rio Branco cumpra sua função prevista no Plano Diretor 2009;
- Necessidade de recuperar e reflorestar a nascente do Riacho Rio Branco, uma vez que a mata ciliar foi cortada e queimada em agosto de 2013;
- Necessidade de constante poda das árvores como forma de facilitar a descida da luz emitida por luminárias instaladas em postes muito altos;
- Luminárias muito altas que precisam ser rebaixadas;
- Oito abrigos com ausência de tetos;
- Manutenção e alargamento das três pontes de madeira existentes;
- Estimular eventos de economia solidária, artesanato, microeconomia e semelhantes na área de feiras e exposições do parque, entre o anfiteatro e a administração;
- Anfiteatro do parque está sem uso pela prefeitura, que pode promover eventos nele;
- Administração e sanitários não funcionam nos finais de semana;
- Falta de sinalização dos sanitários, administração, estacionamento, campo de futebol, campo de vôlei, área de exposições, brinquedos das crianças, proibido bicicleta, área de musculação, academia, proibido estacionar, saída para a av. Pontes Vieira, saída para a Visconde do Rio Branco, saída para a Rua Castro Alves e saída para a Rua Cap. Gustavo e outras que sejam necessárias;
- Colunas e as grades depredadas;
- Quando o parque tem portões, eles ficam abertos dia e noite.

“Nós pedimos aos nossos representantes que um lugar tão lindo desse, que tem tanta vocação para cultura, para que seja feita alguma coisa por ele, pois a segurança para nós é muito importante. Nesse evento agora que teve o piquenique, deram uma cobertura muito bonita, muito boa, mas nós queremos todos os dias, pois são sete hectares de verde e a gente precisa que alguém esteja cuidando”, pontua a aposentada Toinha.

O POVO entrou em contato com a Prefeitura de Fortaleza e com a Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor), e foi informado pela UrbFor que "a atual situação no local é resultado de vandalismo constante, como depredação e furtos de mobiliário, equipamentos hidráulicos e de iluminação, além de 200 metros de cabos de energia elétrica". De acordo com a pasta, os incidentes foram registrados em Boletins de Ocorrência (B.O.) junto aos órgãos de segurança competentes.

Além disso, guardas Municipais da Inspetoria de Proteção Ambiental (Ipam) realizam rondas a pé e permanência no parque. A UrbFor esclareceu também que um plano em conjunto para a revitalização do Parque Rio Branco tem sido estudado em parceria com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma).

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