Feminicídio registrado em Fortaleza aconteceu por motivo banal após discussão do casal

Os dois estariam na casa do suspeito e o homem teria tecido críticas sobre a criação da criança. A jovem teria respondido o comentário, o que desencadeou as agressões e os golpes de facada

Após a prisão de Evaldo Dervlin Barbosa Viana, 29, suspeito de feminicídio contra a companheira Valeska Mayara Dantas Macedo, 23, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) explicou o que teria motivado o crime, que aconteceu no último domingo, 2. Segundo as investigações, o homem teria assassinado a jovem com facadas após uma discussão motivada pelos cuidados da filha do casal, de um ano e cinco meses. 

Segundo a delegada que acompanhou o caso, Ruth Benevides, os dois estariam na casa do suspeito e o homem teria tecido críticas sobre a criação da criança. A jovem teria respondido o comentário, o que desencadeou as agressões e os golpes de facada, motivadores do óbito da vítima. "Ele disse para ela 'Estou achando que nossa filha está mal cuidada". Ela disse 'Agora você quer ser pai?'. Porque ele nunca assumiu a paternidade da criança. Então ele foi até cozinha, pegou a faca, deu um golpe de luta nela, ela caiu ao solo, e ele começou desferir golpes com a faca", explicou a delegada.

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Ainda não se sabe quantos golpes a jovem levou, porque o laudo cadavérico não foi liberado até o momento. Após o crime, o homem fugiu do local e equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foram acionadas e iniciaram as buscas pelo suspeito. O homem foi preso já na tarde da segunda-feira, 3, na casa de um amigo no mesmo bairro em que o crime aconteceu. Ele não apresentou resistência à prisão e confessou o crime.

Após o crime

 

Ainda de acordo com a Polícia, a criança estava no local da ocorrência e, após os acontecimentos, foi entregue pelo suspeito à irmã dele ainda no domingo. A mulher contou á Polícia que, no momento, o homem estava agitado e teria justificado não poder ficar com a criança.

A delegada Ruth Benevides conta ainda que ele estava afastado do restante da família e só retornou o contato nos dias anteriores ao feminicídio, quando sua avó, a quem era próximo, morreu. Evaldo teria entrado em contato com outro familiar para levá-lo até a casa desse amigo, mas não contou sobre o crime, apenas informou que queria ficar sozinho. 

O casal

 

A delegada do caso explicou ainda que o casal tinha voltado a se relacionar recentemente, já em 2021. Os dois se envolveram em 2019, depois teriam terminado e reatado apenas este ano. A casa onde o crime aconteceu era a residência apenas do suspeito, já que os dois não moravam juntos. Ela também morava no bairro Panamericano e, no dia do crime, passava apenas o dia com o suspeito.

Evaldo contou à Polícia que os dois só se reaproximaram este ano e não sabia se era pai realmente da criança. "Ele não assume a criança, ela não é registrada no nome dele. Ele alegou ontem, no interrogatório, que não sabe nem se era pai da criança.  Falou que no início desse ano eles voltaram a se encontrar e ele começou a ter uma certa aproximação com criança", pontuou.

O laudo também é esperado para saber se no momento do crime o homem tinha ingerido bebidas alcóolicas. A Polícia confirmou que o suspeito era usuário de maconha. "Vamos aguardar o laudo. Como foi um crime que só tinha ele e ela, os vizinhos ouviram, mas ninguém estava no local", pontuou Benevides. 

Pedido de ajuda

 

A delegada incentivou também que mulheres que se sintam vítimas procurem assistência. "Tem que procurar a Polícia, pedir medidas protetivas, não se vergonhar, porque isso é uma coisa comum, então elas não podem sentir vergonha, elas têm que procurar ajuda. Então que elas procurem, façam Boletim de Ocorrência e peçam medidas protetivas", alertou a delegada.  

 

Com informações da repórter Angélica Feitosa

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