Após queda de roubos, secretário aponta tendência de queda na violência

Mês passado registrou 44,9% menos crimes contra o patrimônio que fevereiro de 2020, quando houve o motim da PM. Março segue tendência

Depois da redução nos assassinatos, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) celebrou mais uma redução em indicadores de criminalidade ocorrida em fevereiro passado. Naquele  mês, em todo o Estado, foram registrados 4.292 Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs), contra 7.787 casos em fevereiro de 2020. Uma redução de 44,9% na comparação com o mês que registrou a paralisação da Polícia Militar. Houve redução nas quatro regiões em que o estado é dividido pela SSPDS. Os CVPs reúnem todas as modalidades de roubo, exceto o latrocínio.

Em entrevista a O POVO, o secretário Sandro Caron afirmou haver uma tendência de queda na violência no Ceará. Os números indicam, segundo afirma, a eficácia das diferentes estratégias usadas pela SSPDS, seja no combate a CVPs, seja com relação a homicídios. Para os roubos, após a constatação de um número alto de mandados em aberto contra acusados de CVPs, foi determinada a intensificação no cumprimento dessas ordens de prisão. Paralelamente, conta o secretário, também houve a intensificação de abordagem nas ruas, com o foco na apreensão de armas. Para isso, há uma atuação da PM com foco nos horários e locais com maior registro de roubos, como corredores comerciais. Caron diz que o combate aos CVPs é fundamental, entre outros, por afetar diariamente a “percepção de segurança” por parte dos cidadãos. “Claro, a prioridade é o combate aos homicídios, mas se colocou também como prioridade, logo em sequência, os crimes contra o patrimônio, o tráfico de drogas e os crimes sexuais”.

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Até a queda em fevereiro, os CVPs vinham crescendo mês a mês desde agosto último. Apesar da queda, os números de roubo em fevereiro seguem abaixo do registrado em 2019, ano menos violento no Estado na década: o crescimento é de 12% na comparação. Sobre isso, o secretário afirma que, em segurança pública, não se consegue fazer mudanças “em um ou dois meses”. Apesar disso, ele diz ter uma boa expectativa para os meses seguintes. Caron cita que os oito primeiros dias de março têm números de roubos melhores que 2019: foram 852 CVPs em 2021 contra 1.020 em 2019. “O importante é que, quando se entra em viés de queda na estatística, isso mostra que o trabalho, as estratégias estão dando certo. Mas, de qualquer maneira, a gente está sempre buscando melhorar, aumentar a operacionalidade”.

Um desafio que se posta, porém, para as forças de segurança é o isolamento social mais rígido. Em 2020, o pico de homicídios, depois do motim, ocorreu em abril, com 439 homicídios e os meses seguintes seguiram com 300 mortes mensais até julho. Para Caron, “fazer uma projeção é difícil”, mas os números do ano passado foram motivados “por ‘n’ fatores” que já não estão mais presentes. O secretário afirma que o policiamento seguirá “da mesma forma”, mesmo havendo também a demanda para conter aglomerações. “O fato de ter, eventualmente, um número menor de pessoas na rua não vai nos levar a diminuir de forma alguma o policiamento preventivo e ostensivo bem como as investigações”. Prova disso, ele afirma, é que a média de prisões diárias não diminuiu nos primeiros dias de lockdown em Fortaleza nem aumentaram os principais indicadores de criminalidade.

Por último, Sandro Caron pede a colaboração da população com denúncias no número 181. “A gente garante o anonimato e toda a informação é muito bem-vinda para a gente, para que a gente siga melhorando nosso trabalho”.

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