Ainda em quarentena, músico Caio Castelo relata cotidiano em família e à distância

Desde março de 2020, quando o Ministério da Saúde regulamentou critérios de isolamento, o cantor e produtor Caio Castelo tem dividido seu cotidiano de quarentena com sua família e a arte

Quando os primeiros casos de uma doença infecciosa transmitida por um vírus começaram a surgir na China, o planeta mal podia imaginar o que viria a seguir. A pandemia de Covid-19 instaurou novos cotidianos possíveis e pôs em perspectiva diversos aspectos da vida humana. No Brasil, o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no dia 26 de fevereiro de 2020. O Ministério da Saúde regulamentou critérios de isolamento em 13 de março último. De lá para cá, os brasileiros e o mundo já passaram por momentos de esperanças e tristezas, além da adição de máscara, álcool em gel e distanciamento à realidade.

Com o afrouxamento das medidas de quarentena, no segundo semestre do ano, algumas pessoas não puderam permanecer em casa por muito tempo devido ao trabalho. Outras tiveram a oportunidade de continuar em isolamento, mas resolveram sair de casa mesmo assim. Um terceiro grupo, mais raro, é o de indivíduos que puderam e optaram por continuar em distanciamento o máximo possível. O músico e produtor Caio Castelo, de 34 anos, é um deles. A partir de hoje, 2 de fevereiro de 2021, O POVO conta histórias de pessoas que, quase um ano depois, ainda estão sem sair de casa.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Desde março de 2020, Caio se isola em casa ao lado de outros três familiares e um cachorro e, segundo ele, os momentos de solidão são praticamente inexistentes, o que facilita o passar dos dias. O músico conta que no início da quarentena seu convívio ficou restrito às pessoas da casa, mas eventualmente começou a visitar seus pais.

Por outro lado, muitas coisas continuam acontecendo à distância no dia a dia de Caio. “O convívio com os amigos tem sido predominantemente virtual mesmo. É o que, além dos shows, me faz mais falta”, conta ele. Falando em virtual, o cantor relata que, antes da pandemia, se mantinha longe das redes sociais na maior parte de seu tempo. Com a necessidade de se conectar com as pessoas que parou de ver cotidianamente, a presença de Caio nas redes aumentou, um hábito que ele considera “nada saudável”.

Quanto à sua profissão, o músico realizou apenas uma apresentação ao vivo, em outubro, ao lado do ator e diretor Silvero Pereira. Presencialmente, ele trabalhou com outras pessoas somente em estúdios alheios, nunca no estúdio que faz parte de sua casa, e o fluxos produtivos se tornaram desconfortáveis com a “ameaça iminente de, numa distração qualquer, contrair o vírus e passar para alguém”. O terceiro álbum do cantor, "Pontes de Vidro", foi dividido em três partes lançadas em 2018, 2019 e 2020. A última, disponibilizada em maio último, é um dos trabalhos mais acústicos do catálogo do artista, segundo ele.

Uma das atividades da rotina de quarentena de Caio é cuidar de seu filho e acompanhar seu crescimento
Uma das atividades da rotina de quarentena de Caio é cuidar de seu filho e acompanhar seu crescimento (Foto: Arquivo pessoal)

A maioria dos trabalhos de Caio aconteceram de forma remota, mas a experiência também foi estranha para ele, pois “as restrições de convívio e de comunicação dificultaram bastante, para mim, curtir esses processos”. Apesar disso, ele celebra ter conseguido trabalhar na pandemia, já que isso o manteve em casa, seguro e salvo. “Sou grato por ter produzido tanta música de tantos artistas incríveis, além das minhas próprias. Tenho sorte. Essa tensão entre dor e prazer na arte nunca havia sido tão latente”, reflete.

Após tanto tempo em casa, Caio se mantém firme na importância do isolamento social. Ele diz que permanece respeitando a quarentena, mesmo sabendo que muitos não fazem o mesmo, porque o contrário seria “fechar os olhos para a realidade objetiva, pois mesmo quem sai do isolamento, seja por escolha ou necessidade, ainda sai caminhando por um mundo machucado e cheio de barreiras”.

O músico afirma que o “cenário surreal” que é a pandemia de Covid-19 “precisa ser reconhecido para poder ser superado”. “Claro que existe muita desinformação por aí provocando todo tipo de estrago e prolongando essa pandemia ainda mais, mas mesmo o mais incrédulo negacionista ainda tem que lidar com pessoas cada vez mais próximas dele sofrendo, morrendo, se isolando”, conclui.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

MÚSICO CAIO CASTELO QUARENTENA CAIO CASTELO AINDA QUARENTENA CAIO CASTELO DISTANCIAMENTO ISOLAMENTO MÚSICO CAIO CASTELO CAIO CASTELO RESPEITAR MEDIDAS ISOLAMENTO CONTINUAR RESPEITANDO QUARENTENA

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar