Vítimas de crimes violentos são "desovadas" em carrinhos de reciclagem

Vítimas de homicídio têm sido deixadas em carrinhos de reciclagem nos bairros de Fortaleza, fazendo com que profissionais que trabalham com reciclagem sejam obrigados a fazer transporte de corpos

Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) praticados em Fortaleza e Região Metropolitana (RMF) tem apresentado uma peculiaridade quando se trata de ações orquestradas por facções criminosas. As vítimas são mortas e deixadas em locais de "desova" em carrinhos de reciclagem.

Na manhã desta segunda-feira, 18, um corpo foi encontrado no bairro Conjunto Ceará. A vítima do crime possuía marcas de asfixia e era do sexo masculino. Imagens de câmeras de segurança mostraram que o cadáver foi deixado em um carrinho de reciclagem.

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No domingo, 17, um crime com as mesmas características foi registrado, desta vez, no bairro Carlito Pamplona. A vítima, do sexo feminino, foi abandonada no local. Ela vinha em um carrinho de reciclagem junto de entulho e foi deixada no local. Quando o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) chegou ao local, os profissionais verificaram que ainda haviam sinais vitais nela e a encaminharam a uma unidade de saúde. Um detalhe do caso é que o cabelo da mulher parecia ter sido raspado ou arrancado, o que é uma pratica das facções criminosas.

O POVO ouviu uma fonte da Polícia Civil que atua em investigação de homicídios, que afirma que os profissionais que atuam na reciclagem são recrutados pelas facções nas respectivas comunidades e obrigados a deixar corpos em vias.

Em dezembro do ano passado, um corpo decapitado do sexo masculino foi encontrado na avenida Francisco Sá, na Barra do Ceará, em Fortaleza. A vítima apresentava sinais de queimadura, um indicativo de tortura. O achado de cadáver foi bem perto da comunidade do Gueto, que é conhecida pela disputa entre facções criminosas.

Em setembro de 2018, o corpo de uma mulher foi encontrado dentro de um carrinho de reciclagem no bairro José Walter, em Fortaleza. A vítima estava sem identificação. Em maio de 2017 outro corpo, também decapitado, foi encontrado coberto de material de reciclagem, neste caso, na Barra do Ceará.

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