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PM vítima de tentativa de homicídio foi abordado ao entrar em território dominado por facção

Ao entrar em uma comunidade no Quintino Cunha, dois homens e um adolescente abordaram o PM e pediram para ele retirar o capacete e levantar a camisa. O policial chegou a ser atingido por dois tiros, mas já recebeu alta. Durante a reação do policial, um adolescente de 16 anos foi morto
12:02 | Nov. 13, 2020
Autor Angélica Feitosa
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Tipo Notícia

Dois suspeitos de tentativa de homicídio contra o policial militar Lucas Lima dos Santos, do 17º Batalhão da PM, foram presos na noite dessa quinta-feira, 12, no bairro Quintino Cunha, em Fortaleza. Outro suspeito, um adolescente de 16 anos, foi morto por um tiro disparado pelo PM como reação à ação criminosa ocorrida na terça-feira, 10. O PM chegou a ser atingido por dois tiros, um deles de raspão, no tórax e outro no braço, recebeu atendimento no Fortinha do Antônio Bezerra e de lá, foi levado a um hospital particular, mas já recebeu alta. Os dois homens foram autuados em flagrante por tentativa de homicídio qualificado, por se tratar de uma agente de segurança.

De acordo com a Polícia, o soldado da PM transitava à paisana e na motocicleta de sua propriedade na terça-feira, por volta de meio-dia no bairro, na rua Baixa dos Milagres, dentro da comunidade do Sossego, passando pela área rumo a entregar uma encomenda de sua esposa. Dois homens e o adolescente o abordaram e pediram para ele retirar o capacete e levantar a camisa - prática frequente em territórios dominados por facções criminosas. Os criminosos fizeram o pedido para verificar se Lucas estava armado. Segundo o diretor geral do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) , Leonardo Barreto, os suspeitos não sabiam que o homem de moto se tratava de um policial militar. "Acreditamos que eles tiveram essa conduta na intenção de ver se era algum integrante de outra facção criminosa. Seriam os olheiros que estavam na entrada da rua para impedir que rivais estivessem invadindo. Eles não sabiam que se tratava de um PM e nem que se encontrava armado", destaca. 

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Ainda de acordo Barreto, como o policial estava armado, ele não levantou logo a camisa e ficou alguns segundos pensando em como sairia da situação. "Ele tentou ganhar tempo porque estava portando arma de fogo e, se ele levantasse a camisa, os bandidos poderiam atentar contra a vida dele", informa Barreto. Os criminosos perceberam que ele estava, segundo o diretor, titubeando para levantar a camisa e um deles avançou contra o policial. Eles travaram luta corporal e o policial conseguiu se desvencilhar. Um dos homens chegaram a disparar dois tiros contra o Lucas.  O PM foi atingido por um tiro de raspão no tórax e outro tiro no braço. "O PM tem técnicas de defesa pessoa e agiu na estrita legalidade e na técnica e conseguiu atingir um dos bandidos, com um tiro na cabeça, em legítima defesa", informa. A pessoa atingida, com um disparo na cabeça, foi o adolescente de 16 anos, que morreu na hora. Os outros dois homens fugiram. Ele foi encaminhado ao hospital Frotinha do Antônio Bezerra e depois para um hospital particular. O PM foi atendido, teve a bala retirada e recebeu alta.

No mesmo local da ocorrência, a Polícia prendeu, na madrugada desta quinta-feira, 13, Antônio Arlindo Viana de Abreu, 24 anos, investigado por homicídio doloso e por uso e tráfico de drogas, e Francisco Aglailton Nogueira Sales, 23 anos, que tem passagem por porte de arma. Eles foram encaminhados ao DHPP, onde foram autuados em flagrante pelos crimes. "A despeito de a ocorrência ter sido realizada na terça-feira e a prisão ter sido dada na quinta, não há prazo para a prisão ser dada em flagrante, desde que as diligências sejam contínuas e ininterruptas e foi o que aconteceu", avisa Barreto.

Existe uma regra do crime que determina que, em algumas áreas de Fortaleza dominadas por facções criminosas, pessoas devem guiar motos sem capacete e, à noite, quando estão em um carro, acender a luz interna do veículo e andar com o vidro baixo. De acordo com Barreto, a Polícia tem conhecimento disso e há várias políticas públicas em desenvolvimento sendo realizadas nesse sentido. "A primeira, é a identificação dos locais em que isso está ocorrendo e, tão logo identificados, há um planejamento tanto na área da Polícia Judiciária quanto na área do policiamento ostensivo, que é a PM", diz. Um exemplo, ainda de acordo com o diretor do DHPP, são os contêineres de policiamento colocados em locais estratégicos para coibir e diminuir esse tipo de incidência pela paz da sociedade.

A ação que levou até os criminosos foi integrada entre as Polícias Civil (PCCE) e Militar (PMCE) do Ceará.

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