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Número de casos de dengue aumenta na Região de Saúde de Fortaleza, no Cariri e no Norte em 2020

Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) publicou novo boletim epidemiológico das arboviroses urbanas Dengue, Chikungunya e Zika. Confira números
12:59 | Nov. 11, 2020
Autor Gabriela Feitosa
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Gabriela Feitosa Estagiária do O POVO Online
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Tipo Notícia

Atualizada às 15h50min

De 2019 para 2020, houve aumento no número de casos confirmados de dengue nas regiões do Cariri e Norte do Ceará e também na Região de Saúde Fortaleza, segundo Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) em novo boletim epidemiológico das arboviroses urbanas. Nas superintendências do Cariri houve aumento de 100,5%, na região Norte foi de 101,4% e na região de Fortaleza número chega a 62,8%. Em 2020, foram notificados 38.171 casos de dengue no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), sendo 51,8% (19.785) casos confirmados e 38,4% (14.668) descartados.

No entanto, Kiliana Escóssia, técnica em arboviroses da Sesa, afirma que os números estão dentro do esperado, já que tanto a Dengue quanto as outras doenças analisadas no boletim (Chikungunya e Zika) são doenças endêmicas no Ceará, ou seja, elas se manifestam com frequência no Estado. "Essas taxas são características de doenças endêmicas. Se esperava uma epidemia em 2019 e teve um aumento. Antes se registrava até 40 mil casos por ano. Esse ano, o cenário é diferente: foram 10 óbitos", acrescenta a técnica.

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Já no Sertão Central e Litoral Leste do Estado, houve redução nos números absolutos de casos. Outro dado importante é que os casos confirmados de dengue ocorreram predominantemente nas faixas de 20 a 49 anos, com 55,3% (10.938) dos casos, e no sexo feminino, com 54,5% (10.777) dos casos. Ainda de acordo com o boletim, até o momento foram confirmados 231 casos de dengue com sinais de alarme, sendo 57,6% (133) dos casos registrados na Capital.

Também houve confirmação de 18 casos de dengue grave. Destes, dez foram a óbito, sendo quatro do sexo masculino e seis do sexo feminino, com idades entre 4 meses e 69 anos. Os óbitos confirmados ocorreram nos municípios de Fortaleza (5), Barbalha (1), Juazeiro do Norte (2), Missão Velha (1) e Quixeramobim (1).

Kiliana Escóssia explica que qualquer registro de aumento ou redução depende da introdução ou reintrodução de algum sorotipo da dengue ou outro arbovírus. Em 2019, o pico de dengue no Ceará foi no mês de maio e, em 2020, houve um pico em abril. Na região do Cariri, onde se observa grande aumento, não havia grande circulação dos vírus da dengue e essa taxa de crescimento, segundo a secretaria, se deve ao aumento de circulação viral na região.

Isso pode acontecer em qualquer região do Ceará que hoje apresenta números baixos. O cenário se estende também para 2021. Por um lado, pode haver aumento de casos devido ao momento de pandemia, onde ocorreu pausas de programas do Governo do Estado e da Prefeitura, recomendadas pelo Ministério da Saúde, no combate às arboviroses, como a visita de agentes, por exemplo. Já por outro lado, como acredita Kiliana, a permanência por mais tempo em casa durante isolamento pode ter levado a cuidados mais constantes e limpezas completas nas residências, o que ajuda e eliminar criadouros.

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Cenário Epidemiológico da Chikungunya e Zika

Em relação aos casos de chikungunya, foram notificados 3.371 casos suspeitos em 78,3% (144) dos municípios do Estado. Deste total de casos, 22,6% (762) foram confirmados. Os casos confirmados ocorreram em pessoas com idades compreendidas entre um mês e 85 anos, 59,0% (450) encontram-se nas faixas de 20 a 49 anos e o sexo feminino foi predominante em 60,6% (462) dos casos. Houve dois óbitos por chikungunya, ambos do sexo masculino, com idades de 35 e 58 anos, registrados no município de Fortaleza.

Até este momento, foram notificados 648 casos suspeitos de Zika, em 39,1% (72) dos municípios do Estado. Do total de casos, 19,3% (125) foram confirmados, destes, cinco em gestantes. Não há registro de óbito pela doença.

No Ceará, 34,78% (64) dos municípios realizaram o segundo Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa/LIA) do ano de 2020. Em decorrência da pandemia de Covid-19, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Vigilância de Arboviroses (CGARB) suspendeu a realização do 2º do Levantamento Entomológico do ano de 2020.

Os focos do Aedes aegypti predominaram nos depósitos localizados no solo com 46,69% (tais como barril, poço, tambor e tanque), seguidos pelos depósitos fixos (obras, calhas, lajes) com 18,63%.

Ainda de acordo com Kiliana Escóssia, técnica da Sesa que esteve na produção do boletim, os maiores percentuais das arboviroses são de dengue. "Esse ano, todas as ocorrências estão dentro do esperado. A região do Cariri concentra 51% dos casos. São doenças endêmicas. Temos vetor em todos os municípios", alerta. Ainda conforme a profissional, a reintrodução de algum sorotipo pode ser preocupante, já que nem todo mundo teve a doença e ainda pode adquirir. "Próximo ano,  podemos ter surtos em alguns municípios", finaliza a técnica.


> Como prevenir

A melhor forma de prevenção de arboviroses é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada em pontos que podem se tornar possíveis criadouros.

Vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e até recipientes pequenos, como tampas de garrafas, podem conter larvas do mosquito.

Para quem vai viajar, a orientação é substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia, deixar a caixa d´água tampada e cobrir todos os grandes reservatórios de água, como as piscinas.

> Sintomas

Os principais sintomas da dengue são febre alta (acima de 38,5ºC), dores musculares intensas, dor nos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

A infecção pode ser sem sintomas, leve ou grave. Se for grave, a doença pode provocar perda de peso, náuseas e vômitos.

O paciente com dengue precisa fazer repouso, ingerir bastante líquido (água) e não tomar medicamentos sem indicação médica.

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