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No Montese, missas acontecem desde 5 horas no Santuário de Nossa Senhora Aparecida

Com filas de fieis na entrada, álcool em gel e mantendo o distanciamento social, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no Montese, realizou, durante todo o dia e a noite de ontem, um total de 10 missas. Gente de toda a Cidade foi celebrar a padroeira do Brasil
14:20 | Out. 12, 2020
Autor Angélica Feitosa
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Tipo Notícia

No dia em que católicos celebram a padroeira do Brasil, 10 missas aconteceram ao longo do dia no Santuário Nossa Senhora Aparecida, no Montese: a primeira, às 5 horas, e a última marcada para 18h30min. Os fieis, com o uso obrigatório de máscara, se mantiveram em fila com grades usadas para organizar o acesso e receberam álcool em gel. Sem a paz de Cristo e com a hóstia entregue nas mãos, muitos comemoravam poder voltar a se reunir na igreja em devoção à Maria.

“Eu sei que foi importante manter o distanciamento e, durante toda a pandemia, não colocava nem o pé pra fora de casa. Mas é tão bom poder vir à igreja para rezar e pedir a intercessão de Nossa Senhora”, comemora Maria Fonseca dos Santos, 66. Ela saiu de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), pedir força e coragem para a humanidade vencer a pandemia. No banco ao lado, Eurides Maria Albuquerque, 62, usava uma máscara em que estava escrito “Defendam o SUS (Sistema Único de Saúde)”. “A saudade que eu estava, você não faz ideia”, diz, de olhos marejados, lembrando a falta que fez as missas durante os sete meses em que a igreja ficou fechada.

Durante a missa celebrada às 9 horas, o padre Natanael Araújo lembrou que nos 303 anos desde que a imagem foi encontrada na cidade de Guaratinguetá, em São Paulo, por três pescadores no rio Paraíba do Sul, Nossa Senhora vem intercedendo por todo o povo brasileiro. “Eles (os brasileiros) não têm mais emprego, não têm saúde, não têm mais paz. Somos peregrinos e pedimos a ti, Nossa Senhora Aparecida, que não nos deixe faltar o que é essencial”, rogou.

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Dentro da igreja, os bancos foram separados para garantir o distanciamento social. Alguns eram dedicados a pessoas que residiam na mesma casa e, portanto, poderiam sentar juntas.  Pároco do Santuário há dois anos e meio, o padre Padre Carlos Tamboril conta que não se exigia, nos anos anteriores, uma infraestrutura com tantos cuidados e tanto planejamento como agora. “Esse ano temos um complicador que é a pandemia, então temos que controlar o acesso das pessoas à igreja e conscientizar da necessidade do uso da máscara, de manter o distanciamento, de usar o álcool em gel”, detalha.

O tema da festa deste ano, Com Jesus e Maria libertos do medo que paralisa, nós anunciamos o reino de Deus, sugerido pelo padre, aconselha que é pela fé que se supera dificuldades. “Respeitamos e reconhecemos a doença, a problemática e o risco, mas nós queremos também vencer o medo, as dificuldades, as limitações”, esmiúça o pároco, destacando que a pandemia ainda não acabou e, por isso, houve a preocupação da paróquia com todos os protocolos de saúde.

Do lado de fora, um telão exibia as missas, que foram transmitidas pelas redes sociais Facebook e Youtube ao vivo. O professor João Paulo Rifane, 29, participa do grupo Encontro de Jovens com Cristo (EJC) da paróquia ontem ajudou com a produção. Tudo foi planejado, segundo ele, para garantir o máximo de segurança aos fieis. “Estávamos com saudade da paróquia, de nos reunir para louvar a Deus e de venerar Nossa Senhora”.

Ao redor do santuário, donos de lanchonetes, de lojinhas e de quiosques comemoravam a volta do movimento dos católicos na igreja. Antes da reabertura da igreja, Valdélia Sales, 59, que mora há 13 anos em frente ao lugar, colocava a cabeça para fora da sua lanchonete e chorava. Devota que é de Nossa Senhora Aparecida, as lágrimas não vinham só da dificuldade do sustento, não. “Me dava uma falta de esperança. E ver agora as missas voltando, o povo rezando, me vem toda a fé novamente de que tudo vai melhorar”.

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