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Com pouca fiscalização, barracas de praias em Fortaleza seguem com aglomeração

Banhistas flexibilizam isolamento e enfrentam multidão em praias do litoral cearense

As barracas de praia em Fortaleza, principalmente as instaladas na Praia do Futuro, são pontos corriqueiros de aglomeração e descumprimento das normas estabelecidas por decreto estadual para evitar a proliferação do novo coronavírus. O POVO não identificou fiscalização nos locais neste domingo, 20. As mesas estão dispostas mais próximas do que o permitido e, em muitos locais, não há verificação de temperatura ou orientações para cumprir as medidas de segurança. 

A costureira Bernadete Oliveira, 61, junto com outras duas amigas, escolheu para ir à praia pela primeira vez hoje. “Apesar de ter muita gente. A vida tem que continuar com os cuidados. A gente não pode parar”. Ela reconhece que poucas pessoas tomam os cuidados necessários, mas ressalta que a situação é a mesma em vários pontos da Capital.

Bernadete Oliveira, 61 anos, Costureira. Praia do Futuro com muitas pessoas, com alguns pontos com aglomeração, em época de Covid-19
Bernadete Oliveira, 61 anos, Costureira. Praia do Futuro com muitas pessoas, com alguns pontos com aglomeração, em época de Covid-19 (Foto: Aurelio Alves/ O POVO)

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“Você entra numa loja no Centro, as pessoas também não mantém o distanciamento social. Também não passei pela medição da temperatura para entrar aqui. Onde tem muita gente, eu procuro manter o distanciamento, e sempre ando com meu álcool em gel”, diz.

Do Piauí, Bárbara Vieira, 41, aproveitou para ir à Praia do Futuro antes de voltar para casa. A microempresária veio para comprar mercadorias na Capital junto com amigos. “É a primeira vez que eu viajo para outro estado. Acho que o mundo está voltando ao novo normal depois da pandemia. Mesmo assim, temos que manter toda a cautela. Já que ninguém sabe como será o pós. É o recomeço de uma nova era”. A piauiense planeja retornar ao Ceará nos próximos meses junto com a família.

Para evitar aglomeração, o professor universitário Cláudio Alcântara, 35, decidiu ir ao Porto das Dunas em horário menos requisitado pelos visitantes na manhã deste domingo. A programação é a mesma há cinco semanas. Para não quebrar nenhum protocolo, o docente utiliza máscaras mais leves para caminhar. 

 

Praia do Porto das Dunas com muitas pessoas, com alguns pontos com aglomeração. em época de Covis-19
Praia do Porto das Dunas com muitas pessoas, com alguns pontos com aglomeração. em época de Covis-19 (Foto: Aurelio Alves/ O POVO)

“O que a gente percebe é que, pelo menos aqui, porque é diferente da Praia dos Futuro, você não tem barracas na praia. As pessoas se sentem mais à vontade para caminhar mais. Agora, geralmente, não fica muito lotado, depende muito do horário”, considera.

Da faixa de areia, era possível identificar resorts com muitas pessoas nas piscinas e próximas umas das outras nas áreas sociais. Algumas horas antes do almoço, algumas mesas das barracas do parque aquático instalado no município já registravam movimento intenso de clientes.

Paulo Gonçalves, 22, aproveitou para ir ao Porto das Dunas comemorar o aniversário de namoro. Para o estudante, que há quatro semanas esteve na praia do Cumbuco, no município de Caucaia, há muito mais pessoas indo ao litoral do que há um mês. No feriado da Independência do Brasil, no entanto, O POVO já havia registrado aglomeração e descumprimento das normas sanitárias no Cumbuco e no Icaraí.

Para o estudante, é cada vez mais comum o descumprimento dos normas sanitárias. “É bem complicado. Na praia, aqui, ok. Mas nas barracas, nos estabelecimentos próximos é mais difícil”, lamenta Paulo, ao frisar que prioriza os espaços menos frequentados.

No local com um grupo de 20 pessoas, o pastor Rogério Peixoto, 45, acredita que as pessoas perderam o medo da Covid-19. “As pessoas não estão se comportando como deveria. Inclusive, eu. O pessoal esqueceu, conversam de perto. Não tem mais preocupação com as crianças”, comenta.

Mesmo que o destino favorito de Sabrina Santos seja às serras do Ceará, “está complicado de ir” aos locais. Por isso, a promotora e a família têm priorizado as praias próximas da Capital. Depois do isolamento social rígido, esta é a segunda vez que vai ao litoral.

“A gente está vindo por conta da criança. Como ele é bem agitado, está bem difícil de segurá-lo dentro de casa. A gente vem para aliviar o estresse dele.” Aqui, eu vejo que as pessoas estão mais preocupadas com isso (medidas de segurança). No final de semana retrasado, estivemos em outra praia. Lá estava mais complicado. Estava lotado, e ninguém cumprindo as medidas de segurança”, relembra Sabrina Santos da experiência que teve quando visitou a praia de Águas belas, em Cascavel.

O POVO buscou a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) para entender as ações junto às barracas de praia na capital cearense. Se alguma foi multada, notificada ou os trabalhos encerrados. Até a publicação desta matéria, não houve retorno por parte do órgão.

PROTOCOLO DAS BARRACAS DE PRAIA
Disponibilização de álcool em gel para clientes e funcionários
Ampliação do número de pias nos estabelecimentos
Treinamento dos funcionários
Distanciamento mínimo de 2 a 3 metros entre as mesas

Dicas de como fazer na hora de comer em restaurantes e barracas de praia
1. Antes de consumir a comida, higienize as mãos e retire a máscara pelos elásticos.

2. Caso estejam usando luvas oferecidas pelo restaurante no serviço de self-service, descarte-as em local apropriado.

3. Guarde a máscara em um local seguro e evite deixá-la sobre a mesa.

4. Também evite compartilhar outros objetos, como o telefone celular, talheres e copos.

5. Caso precise circular pelo espaço, para ir até o banheiro ou fazer o pagamento ao caixa, utilize uma nova máscara.

6. Ao pagar o consumo, opte pelo uso de cartões ou celular com sistema de pagamento online.

7. Mantenha o distanciamento social e respeite as medidas de segurança do local ao sair.

Fontes: Governo do Ceará / AEPFuturo / Abrasel / Associação Nacional de Restaurantes (ANR) / O POVO Online

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