Defesa de Marcelo Barberena, acusado de matar esposa e filha, aponta "falhas" em inquérito policial e alega inocência

Marcelo Barberena é acusado de matar a esposa Adriana Moura, de 38 anos, e a filha, Jade Pessoa, de oito meses. Ele está em liberdade há aproximadamente um ano e aguarda o julgamento

Marcelo Barberena, acusado da morte da esposa Adriana Moura de Pessoa Carvalho, de 38 anos e da filha, Jade Pessoa de Carvalho Moraes, de oito meses de idade, crime que aconteceu em 2015, está em liberdade há aproximadamente um ano e aguarda o julgamento, que deve acontecer em 2021. O advogado criminalista, Nestor Santiago, acompanha o caso e concedeu entrevista ao O POVO relatando que Marcelo é inocente e que o trabalho da defesa, neste caso, baseia-se em "falhas encontradas no inquérito policial".

O advogado afirma que, além das "falhas encontradas no inquérito policial" a defesa também se baseia no discurso das testemunhas sobre o fato. No momento em que foi oferecida a acusação, o Ministério Público fala sobre uma terceira pessoa. Conforme a defesa, não houve investigação sobre terceira pessoa.

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Quando foi preso, a delegada responsável pelo caso, Socorro Portela, afirmou que Marcelo confessou ser o autor do duplo-homicídio que vitimou esposa e filha. O crime aconteceu na casa de veraneio da família, localizada na praia de Paracuru. Essa foi a segunda versão apresentada por Marcelo. À época, a delegada Socorro informou que Marcelo falava sobre uma terceira pessoa, mas, durante uma perícia complementar, Marcelo teria afirmado que discutiu com Adriana, "ficou sem dormir, foi ao quarto, pegou a arma no guarda-roupa e atirou nas duas. A defesa relata que as confissões obtidas na delegacia foram feitas sem presença de advogado ou tarde da noite, em situações "anormais para quem está confessando espontaneamente".

Ainda em 2015, entre os vizinhos do casal e demais testemunhas, a mulher apontada pela Polícia como amante de Marcelo foi ouvida. Na época, a delegacia responsável pelo caso, investigava se o relacionamento extraconjugal possuía relação com a motivação do crime. Sobre a situação, a defesa de Marcelo afirma que as suspeitas decorrentes do relacionamento extraconjugal de Marcelo Barberena Moraes e de que ela teria sido uma motivação para o crime são absolutamente infundadas, e serão devidamente comprovadas no curso do processo. "Isso sequer foi considerado pelo Ministério Público ao oferecer a acusação", afirma.

O advogado relata que vai provar que Marcelo é inocente, e essa situação será demonstrada na sessão de julgamento no Tribunal do Júri, que será àpróxima etapa processual. Em razão da pandemia e da impossibilidade de realização de sessões virtuais para este tipo de caso, a defesa acredita que o julgamento deva acontecer em 2021.

No dia 12 de setembro de 2015, Marcelo estava preso e foi levado, pela Polícia Civil, para participar de uma reconstituiçãp na casa de praia onde aconteceu o crime. Na chegada, o acusado foi hostilizado por moradores e havia uma faixa na casa com a seguinte frase "teu crime foi um massacre de famílias". Em 2018, em uma reportagem sobre feminicídio, os pais de Adriana e avós de Jade, concederam entrevista ao O POVO relatando que esperam que Marcelo seja penalizado de acordo "com o tamanho da crueldade dele".

Sobre a penalidade de Marcelo, não apenas no âmbito da Justiça, mas em relação ao julgamento da sociedade, o advogado Nestor afirma que a influência da mídia é "inegável, impressionante e inevitável". Como advogado ele relata que a abordagem deve acontecer de forma imparcial, que dê voz a todas as partes.

"O julgamento pela sociedade também é inevitável, pois todos nós temos a tendência de julgar fatos dos quais temos quase nenhum conhecimento. Estamos trabalhando de forma serena e incansável para fazer a defesa do Sr. Marcelo Barberena Moraes da melhor forma possível, embora não seja fácil. De maneira geral, e salvo alguns casos muito específicos de sensacionalismo irresponsável, desde que assumimos o caso em junho de 2016, o tratamento da imprensa tem sido adequado", relata.

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Marcelo Barberena Jade Adriana Marcelo Barberena crime Paracuru mãe e bebê mortas em Paracuru

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