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Defensoria do Ceará ampara mais 86 famílias cearenses vítimas de violência neste ano

Ações do órgão ultrapassam a esfera judicial e auxiliam na resolução de questões de problemas sociais e de educação, por exemplo
14:41 | Ago. 13, 2020
Autor Leonardo Maia
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Leonardo Maia Estagiário
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Tipo Notícia

Em busca de ajudar vítimas de violência, a Defensoria Pública do Estado do Ceará tem intensificado trabalhos de forma remota durante a pandemia. Por meio de uma “busca ativa” por possíveis vítimas, a equipe da Rede Acolhe conseguiu incluir 86 famílias cearenses na iniciativa, que visa amparar e prestar assistência necessária, entre janeiro e agosto deste ano. No total, 324 famílias são acompanhadas.

Em entrevista ao O POVO nesta manhã, o sociólogo Thiago de Holanda, um dos integrantes da Rede Acolhe, disse que o processo envolve articulação de diversos órgãos e não se encerra somente no processo jurídico — considerado papel principal da Defensoria.

Ele citou como exemplo um casal com filhos que teve o homem vítima de homicídio. Nessa situação, a mãe pode ter problemas com a guarda das crianças, por exemplo, e encontrar dificuldades para se deslocar aos órgãos competentes, devido a ameaças do agressor ou até mesmo por desconfiança ao serviço prestado por essas instituições.

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“A relação das regiões periféricas com com os órgãos públicos é de muito descaso, desconhecimento, desconfiança… Nós queremos mostrar que elas podem contar com a Defensoria nesses momentos muitos difíceis, quando você está sendo ameaçado de morte, sofre violência institucional, tem que lidar com desaparecimento de pessoas”, enfatiza o sociólogo.

Durante a crise na saúde, a equipe da Defensoria consultou mais de 400 processos judiciais para identificar as vítimas das agressões. Por meio de e-mails e telefones disponíveis nos processos, assim como em cruzamento com banco de dados de outros órgãos públicos, a Rede Acolhe conseguiu chegar nas famílias e tomar as providências necessárias.

“Estamos falando de famílias que sofreram um trauma muito grande e precisam de assistência não só processual. É preciso um olhar cuidadoso para contemplar as diversas necessidades que surgem dentro dessas casas após um homicídio. A que mais se imagina é a da segurança, por óbvio, mas existem questões de educação, saúde, assistência social…”, pontua em nota a defensora geral Elizabeth Chagas.

“A gente quer ir para além da responsabilização (dos autores dos crimes). Para isso, a gente tem agora um sistema de acompanhamento dos casos que nos dá condição de fazer acompanhamento mais preciso das famílias”, acrescenta Thiago.

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