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#ExposedFortal: escolas particulares de Fortaleza se pronunciam sobre relatos de assédio cometido por professores contra alunas

Entre as medidas anunciadas por pelo menos seis escolas da rede privada estão desligamento efetivo de profissionais e afastamento de suas funções enquanto as investigações estão sendo conduzidas
23:48 | Jun. 26, 2020
Autor Matheus Facundo
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Matheus Facundo Repórter do portal O POVO Online
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Tipo Notícia

Alvos de polêmicas e cobrança de posicionamentos nesta semana após uma explosão de denúncias de assédios cometidos por professores contra alunas e ex-alunas, pelo menos seis escolas particulares de Fortaleza emitiram comunicados e notas de esclarecimentos sobre os relatos nas redes sociais do movimento #ExposedFortal, até a noite desta sexta-feira, 26. Entre as medidas anunciadas estão desligamento efetivo de profissionais e afastamento de suas funções enquanto as investigações estão sendo conduzidas.

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As denúncias vieram à tona após movimentações de meninas no Twitter na última segunda-feira, 22, quando foi levantada a hashtag #ExposedFortal, para relatar constrangimentos e divulgação de fotos de íntimas em grupos contendo jovens. Durante a semana, o movimento escalonou e passou a trazer denúncias contra docentes de escolas particulares e também de colégios da rede pública.

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Entre as denúncias realizadas, alunas relataram desde comentários maliciosos sobre os seus corpos a toques inapropriados e olhares maliciosos dos professores. Estudantes ouvidas pelo O POVO afirmam nunca ter denunciado por medo das consequências da exposição e por intimidação.

Colégio Farias Brito

Por meio de nota oficial divulgada nas redes sociais na noite desta sexta-feira, 26, o Colégio Farias Brito comunica que realizou o desligamento de quatro professores, um coordenador e um estagiário, alvos de denúncias de assédio contra alunas. A instituição informa que as ações foram tomadas "em repúdio absoluto ao assédio de qualquer natureza, onde quer que ele ocorra".

"Não permitimos tal conduta e temos perfeita clareza da responsabilidade exigida para que as atitudes sejam tomadas com base na verdade e na justiça, refletindo a seriedade que tornou o Farias Brito referência nacional como Instituição de Ensino", diz o texto.

O Farias Brito afirma que "ao longo de 85 anos" preza pelo bem estar da comunidade escolar e diz que normas destinadas a professores e corpo técnico impedem a prática de "atitudes que possam constranger alunos e alunas". Nota aponta ainda a obrigação dos profissionais somente se comunicarem com os estudantes por meio de canais oficias da escola.

Colégio Ari de Sá Cavalcante

De acordo com o Colégio Ari de Sá Cavalcante, nesta semana foram desligados três professores em razão dos relatos de importunação de alunas. A escola diz já ter realizado "diversos desligamentos pela mesma razão que está sendo apontada atualmente" ao longo de seus 20 anos de existência.

"A Escola Repudia qualquer tipo de assédio, seja dentro de suas dependências, fora delas ou nas redes sociais, e ressalta que não tolera qualquer tipo de comportamento indevido por parte de professores e demais colaboradores da instituição", declara o colégio por meio de nota divulgada nessa quinta-feira, 25.

 
 
 
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Prezados Alunos, Prezadas Famílias, Tomamos conhecimento, através das redes sociais, que alguns colaboradores e ex-colaboradores foram citados em denúncias de assédio. Ao longo de 20 anos de existência do Colégio Ari de Sá, foram feitos diversos desligamentos pela mesma razão que está sendo apontada atualmente. Infelizmente, neste momento, foram desligados três professores. A Escola repudia qualquer tipo de assédio, seja dentro de suas dependências, fora delas ou nas redes sociais, e ressalta que não tolera qualquer tipo de comportamento indevido por parte de professores e demais colaboradores da instituição. Entendemos, porém, que assuntos desta natureza devem ser tratados com muita cautela e responsabilidade para evitar que ocorram injustiças. Atenciosamente, A Direção

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A instituição, afirma, porém, que os casos devem ser conduzidos com "muita cautela e responsabilidade para evitar que ocorram injustiças". Nesta sexta-feira, 26, o Ari de Sá divulgou a criação de mais um canal junto à Ouvidoria do colégio para "esclarecer dúvidas, solucionar problemas, receber críticas, denúncias e sugestões". Acesso é por meio do submenu "ouvidoria", da aba "contatos", no portal aridesa.com.br

Colégio Master

O Colégio Master comunicou nessa quinta-feira, 25, que suspendeu "de imediato" as atividades de todos os professores citados nas publicações do #ExposedFortal. Segundo a escola, abusos infanto-juvenil não são tolerados "de forma alguma". A nota diz que a escola continuará acompanhando as acusações e tomando as medidas internas necessárias.

 
 
 
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Comunicado oficial do Colégio Master.

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Foi informada a disponibilização da Ouvidoria Master no site do colégio, de maneira a centralizar o atendimento das denúncias e manifestações. A instituição estimula as vítimas a formalizarem as denúncias e não se omitirem e nem se calarem. "Uma voz e um pedido de ajuda valem muito para o Master e aqui todo aluno tem nossa proteção em primeiro lugar".

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A escola divulgou o número do Disque Denúncia de Violência Contra Crianças e Adolescentes do Ceará (0800-285-1407) e o Disque 100.

Colégio Lourenço Filho

Em primeira manifestação por nota de esclarecimento na quarta-feira, 24, o Colégio Lourenço Filho informou que não havia recebido nenhuma "queixa formal" de alunas e familiares. "Temos de ter muito cuidado para não destruir a reputação dos alunos e dos professores". Já em comunicado nesta sexta-feira, 26, a escola divulgou que afastou os professores citados nos relatos das redes sociais de todas as suas atividades até a apuração dos fatos ser concluída.

 
 
 
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Comunicado oficial - 26 de junho de 2020.

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Texto do colégio diz que em situações anteriores às denúncias desta semana, envolvidos foram desligados após "apuração e confirmação dos fatos". "O Colégio Lourenço Filho, nos seus 82 anos de existência, sempre prezou pelo respeito nas relações humanas. Reiteramos nosso repúdio e intolerância a qualquer tipo de assédio e/ou conduta imprópria por parte de professores e de demais colaboradores do Colégio", diz nota.

Na publicação, foram disponibilizados os contatos do Serviço de Orientação Educacional e Psicologia (SOEP) da escola, com o objetivo de "averiguar os episódios narrados", tirar dúvidas e estabelecer comunicação com pais e alunos.

Colégio 7 de Setembro

O Colégio 7 de Setembro comunicou estar apurando acusação de assédio contra um professor da instituição, relatada por uma vítima que, de acordo com a escola, não estudou no local. O docente ficará afastado de suas atividades, "pela seriedade daquilo que foi relatado", "até que tudo seja devidamente esclarecido".

Posicionamento intitulado de "#pronuncia7" divulgado no Instagram, afirma que o episódio teria ocorrido em 2007. "Ao longo da história do 7 de Setembro, sempre que um caso chega ao nosso conhecimento, apuramos com agilidade e desligamos o professor se o envolvimento for confirmado", pontua o colégio em nota divulgada nessa quinta, 25.

 
 
 
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#pronuncia7

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A escola comenta ainda que uma das denúncias publicadas nesta semana é relacionada a um docente que trabalhou no local até 2015 e afirmou que caso seja demandada pelas autoridades, apoiará as investigações. "Caso assim são a exceção. Graças a Deus. Os professores setembrinos ficam décadas em nossa escola porque sabem a seriedade com que desvios são tratados".

A instituição afirma que coordenadores, supervisores e diretores "estão sempre acessíveis" para atender as demanda dessa natureza. Os casos, segundo o 7 de Setembro, são tratados "com discrição e até anonimamente, sempre em estreita sintonia com as famílias". "Por vezes é necessário reafirmar o óbvio: relacionamento íntimo entre professor (a) e aluno (a) é crime. Repudiamos, portanto", diz texto.

Colégio Antares

Nessa quinta-feira, 25, o Colégio Antares diz ter tomado conhecimento do envolvimento de professores e ex-professores em casos de assédio contra alunas. Os docentes citados foram afastados de suas funções, com o objetivo de "preservar a integridade da apuração dos fatos", de acordo com a instituição.

"Esclarecemos que nossa Escola não compactua e repudia tais atitudes, por isso está atuando de forma responsável e rigorosa na busca da verdade", declara a escola. O Antares afirma que vai tomar "todas as medidas cabíveis" para garantir a segurança dos seus alunos.

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