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Polícia Federal cumpre 10 mandados de prisão, um deles em Fortaleza

A Operação Estatueta promovia tráfico de cocaína na fronteira do Brasil com a Bolívia e, em seguida, enviava para a Alemanha, escondendo a droga no fundo oco de estatuetas
10:30 | Jun. 23, 2020
Autor Angélica Feitosa
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Angélica Feitosa Autor
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Tipo Notícia

*Atualizado às 11h59min

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta terça, 23, 10 mandados de prisão temporários, um deles em Fortaleza, contra uma quadrilha acusada de tráfico internacional de drogas. A Operação Estatueta realizou ainda 11 mandados de busca e apreensão, apreendeu três veículos, bloqueou contas bancárias e quebrou o sigilo fiscal de nove pessoas físicas e jurídicas, além de executar o sequestro de seis imóveis em Pernambuco. As medidas cautelares foram expedidas pela 13ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco. Cinco mandados de prisão foram cumpridos em Pernambuco, dois em São Paulo, dois no Acre. Em Fortaleza, o homem procurado não foi encontrado.

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A organização criminosa promovia o tráfico de cocaína na fronteira Brasil/Bolívia e depois a droga era enviada para a Europa, mais precisamente para a Alemanha, escondida dentro de estatuetas, semelhantes às de Buda, daí vem o nome da operação. As investigações foram iniciadas em 2018, quando integrantes da organização criminosa se reuniram com o objetivo de planejar ações ilícitas. Uma coletiva de imprensa foi realizada na manhã desta terça, na sede da PF na cidade de Recife, em Pernambuco.

Um dos dez membros da organização criminosa se encontra detido no Presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco (AC), em virtude de ter sido preso em flagrante com 11,6kg de cocaína, em outubro de 2018, quando transportava a droga em um ônibus de Rio Branco para Porto Velho (RO).

Os líderes da quadrilha residem na Região Metropolitana do Recife, um deles de nacionalidade alemã, reside com a esposa brasileira. Outro é ex-policial federal, que já foi preso anteriormente por tráfico de drogas, e já cumpriu pena, exercendo hoje a advocacia.

Os integrantes da quadrilha são investigados pela prática dos crimes de associação e tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e constituir/integrar organização criminosa. Penas que se somadas, em caso de condenação, podem chegar a 65 anos de reclusão. Levando em conta apenas os valores declarados no registro dos imóveis, os bens apreendidos ultrapassam a quantia de R$5 milhões de reais.

O transporte de drogas no interior de estatuetas remete a uma prática comum no Brasil na metade do século 17. Naquele tempo, todo o ouro extraído no País deveria ser levado à fiscalização nas casas de fundição. Lá, o ouro era pesado, seu teor testado para ser fundido em seguida e um quinto do peso era enviado à coroa portuguesa. Muitos garimpeiros procuraram meios de escapar dessa cobrança. Sendo o Brasil um país muito religioso, com devoção aos mais variados santos e imagens, alguns garimpeiros mandavam executar estátuas de madeira completamente ocas. Eram então preenchidas com ouro em pó, que passava despercebido pelos controles e fiscalização das áreas de garimpo. Daí surgiu a expressão santo do pau oco.

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