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Número de homicídios quase dobra nos três primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período de 2019

Em janeiro, fevereiro e março de 2019, houve, no Estado, um total de 545 crimes violentos letais e intencionais
11:45 | Abr. 03, 2020
Autor Angélica Feitosa
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Tipo Notícia

*Atualizada às 15h10min

A quantidade de homicídios no Ceará quase dobrou nos três primeiros meses deste ano, se comparados com o mesmo período do ano passado. Os números de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs), divulgados pela Secretaria da Segurança Pública nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020, foram 98% maiores que o mesmo período de 2019. Este ano, 1.079 assassinatos foram registrados no Estado e, ano passado, no mesmo período, o número foi de 545 casos. A partir do dia 19 de março, data do decreto do Governador Camilo Santana que restringiu o funcionamento do comércio e de estabelecimentos não essenciais, foram registrados 126 homicídios.

Recorte incluiu o período em que a Polícia Militar ficou paralisada no Estado. Os CVLIs, que incluem homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, foram registrados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

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Os dados utilizados nas estatísticas divulgadas pela SSPDS vem de uma combinação de diferentes fontes. A principal é o Sistema de Informações Policiais (SIP/SIP3W) que engloba os procedimentos usuais utilizados pela Polícia Civil, como boletim de ocorrência (B.O,), Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e inquérito policial.

Junto a esses números, a SSPDS utiliza de fontes secundárias de dados, como os relatórios diários encaminhados pelo Comando de Policiamento do Interior (CPI), os relatórios diários encaminhados pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) e os relatórios de exames cadavéricos da Perícia Forense (Pefoce).

Pesquisadora do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), da Universidade Federal do Ceará (UFC), a professora Celina Lima informa que tem observado um aumento dos crimes de feminicídio em todo o Estado. Dos 145 assassinatos desde o dia 19, nove deles foram contra mulheres. “O que temos observado são crimes de feminicídio, relacionados à violência doméstica, tem ficado mais frequente. Pelo fato de a pessoa ficar na ociosidade - não sou contra, muito pelo contrário, é necessário ficar em quarentena - mas ele vem aumentando”, informa. Ela diz ser necessário um maior esforço dentro da pasta da segurança porque, apesar do distanciamento social, continuam ocorrendo casos de tráfico de drogas e de assassinatos.

“As forças de segurança precisam de um projeto. Não adianta colocar somente a Polícia na rua, sem nenhuma política que envolva diversos fatores, entre o lazer, a educação, o saneamento básico”, elenca.

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