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Durante corrida, mulher de 64 anos recolhe lixo deixado no Aterrinho após Carnaval

A prática esportiva, conhecida como "plogging", é originária da Suécia, país considerado o mais sustentável do mundo
14:53 | Fev. 26, 2020
Autor Leonardo Maia
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Leonardo Maia Estagiário
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Tipo Notícia

Você já pensou em cuidar da sua saúde e do meio ambiente ao mesmo tempo? Esse é o objetivo dos praticantes de plogging, modalidade esportiva que une a corrida ao ato de recolher lixo. Nesta manhã, Valéria Melo, 64, professora de Letras da Universidade Estadual do Ceará (Uece), foi ao Aterrinho da Praia de Iracema, principal pólo de Carnaval da Capital, para praticar o exercício.

A mulher explica que essa é uma atividade que ela faz três vezes por semana em uma distância mínima de quatro quilômetros. “É uma alternativa para ajudar a limpar todo o lixo que fica na praia, principalmente após os grande eventos”, ponderou. Hoje, por exemplo, Valéria estava recolhendo apenas tampinhas de garrafa, devido a necessidade de um maior esforço para a limpeza.

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A missão da professora é reunir um maior número de adeptos ao plogging em Fortaleza. Para isso, ela mantém uma conta no Instagram (@plogging_fortaleza_brasil) onde divulga fotos e vídeos dos dias em que pratica a modalidade. Ela lamenta que o engajamento local ainda é baixo, mas pretende continuar ativa nas redes sociais para criar uma comunidade maior de adeptos.

O plogging — união das palavras plocka (em sueco, recolher) e jogging (em inglês, correr) — é originário da Suécia, considerado o país mais sustentável do mundo. A língua sueca têm até mesmo uma palavra para definir o modo de vida em contato com a natureza: o “friluftsliv”.

Em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, a assessoria esportiva Zona Alvo reuniu interessados na modalidade.
Em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, a assessoria esportiva Zona Alvo reuniu interessados na modalidade. (Foto: Reprodução/Camelbak Plogging Day)

Em solo brasileiro, a Embaixada da Suécia promoveu o “Plogging Day Brazil”, dia em novembro do ano passado em que Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, e outras 35 cidades de todos os estados do País tiveram atividades relacionadas à modalidade. No total, 650 participantes em 45 assessorias esportivas recolheram mais de 215 sacos de lixo e 15 mil itens foram contabilizados.

A região escandinava, onde a Suécia se localiza, tem uma cultura em que muitas empresas incentivam que os funcionários trabalhem quando o sol se põe e desfrutem a natureza durante o dia.

“Nós temos um ritmo de trabalho bem flexível e acreditamos que nossos funcionários trabalham melhor quando eles decidem a hora que querem cumprir o expediente”, disse, em entrevista à BBC, Jakob Palmers, co-fundador da Graphiq, agência de design localizada em Oslo, capital da Noruega, que também faz parte do território escandinavo.

Lixo no aterro

Restos de garrafas e plásticos no Aterrinho da Praia de Iracema.
Restos de garrafas e plásticos no Aterrinho da Praia de Iracema. (Foto: MAURI MELO/O POVO)

Após cinco dias de folia, o Aterrinho da Praia de Iracema amanheceu nesta Quarta-feira de Cinzas, 26, com quantidade considerável de lixo. De acordo com uma fonte ligada à Prefeitura, que estava no local, cerca de 20 pessoas trabalharam na limpeza do local desde o início da festa nessa terça até esta manhã de quarta-feira, 26.

Ele ainda ponderou que a quantidade de resíduos foi menor em relação a outros eventos por não ter acontecido no Aterro, local que tem uma área maior. A presença de menor público, segundo o funcionário, também pode ter sido um motivo, devido à tensão relacionada ao motim de policiais militares.

A agente administrativa Dilvania Teixeira, 54, reclamou que a presença de lixo não é uma situação exclusiva de grandes eventos. Ela diz que tem que conviver frequentemente com os resíduos na Praia dos Crush, trecho compreendido entre o espigão da João Cordeiro e a Ponte dos Ingleses. “Nesse caso de grandes eventos, a Prefeitura se empenha para limpar, mas nos fins de semana normais não há esse cuidado”, ressaltou.

O POVO procurou a Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP), mas não teve suas ligações retornadas ou atendidas.

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