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Técnicos de refinaria estariam em cárcere privado há 48 horas, denuncia Sindipetro; Petrobras nega

Emanuel Menezes, Diretor da Federação Única dos Petroleiros, afirmou ao O POVO que a empresa se recusa a participar da mesa de negociação da greve nacional.
18:04 | Fev. 02, 2020
Autor Matheus Facundo
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Matheus Facundo Repórter do portal O POVO Online
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Tipo Notícia

O Sindicato dos Petroleiros do Ceará (Sindipetro) denuncia que sete técnicos de operação da Petrobras, lotados na Refinaria de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor), no bairro Mucuripe, estão sendo impedidos de deixar o local há mais de 48 horas. Fato acontece após a categoria deflagrar greve nacional na última sexta-feira, 31. 

Em nota a Petrobras informou que a denúncia de cárcere privado não é procedente. A companhia esclarece que já solicitou e aguarda que o sindicato, em cumprimento à decisão judicial vigente, informe às equipes de funcionários que um novo grupo de turno precisa ir à Lubnor render os trabalhadores que estão no local desde o último turno, que, segundo o Sindipetro, teria começado às 15 horas de sexta-feira, 31.

Emanuel Menezes, Diretor da Federação Única dos Petroleiros, afirmou ao O POVO que a empresa se recusa a participar da mesa de negociação. Alguns trabalhadores, já exaustos do turno que deveria ter findado na noite da sexta-feira, 31, chegaram a dar entrada na enfermaria do local com pressão alterada e tiveram de ser medicados.

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"Eles já estão sem condições de permanecer lá. Desde o início da empresa se negou a negociar e está mantendo os trabalhadores em cárcere privado. Eles já judicializaram o caso, o que mostra que eles não querem negociar de jeito nenhum", afirma Menezes.

O POVO entrou em contato com um dos funcionários que excedeu a sua carga horário de trabalho para entender o caso. O homem, que terá identidade preservada, não deu maiores informações e alegou extremo cansaço. O trabalhador já está em casa. Outros sete técnicos ainda estariam no local. 

A Petrobras informou à reportagem que se está trabalhando em "regime de contingência", caso que ocorre nestes tipos de situações, como greve. A empresa afirmou que os técnicos não estão trabalhando 48 horas direto. Há um esquema de revezamento de equipes que estão lá dentro.

Uma manifestação está marcada para acontecer no portão da Lubnor às 7h30min desta segunda-feira, 3, segundo o Sindipetro. O sindicato informa ainda que já realizou Boletim de Ocorrência e denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT) no Ceará. A reportagem procurou o MPT e aguarda posicionamento.

Greve

O diretor da Federação Única dos Petroleiros afirmou que a greve se dá em razão de demissões em massa e descumprimentos de diversas cláusulas de acordo coletivo. No Paraná, mil funcionários foram demitidos. Segundo a Petrobras, o movimento grevista é "descabido". 

Veja nota oficial da Petrobras:

"A Petrobras esclarece que não procede denúncia de que empregados da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR) estão em cárcere privado na unidade após greve convocada por entidades sindicais e que teve início na madrugada deste sábado. A companhia já solicitou e aguarda que o sindicato, em cumprimento à decisão judicial vigente, informe as equipes que irão render o grupo de turno que está atuando na unidade.

A Petrobras reafirma que o movimento é descabido. A companhia tem tomado todas as providências para garantir a continuidade de suas operações, o abastecimento do mercado e as condições de segurança em suas unidades".

 

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