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Facção que comandou ataques no Ceará está próxima do fim, diz delegado da PF

A desorganização financeira, a falta de armamento e os problemas com a sucessão da cúpula do grupo criminoso são fatores que influenciam para o término do grupo, de acordo com o delegado
14:11 | Dez. 18, 2019
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

Uma das organizações criminosas do Ceará, responsável pelos ataques de abril e setembro deste ano, está próxima a seu fim, de acordo com Samuel Elânio, delegado da Polícia Federal. Ele pondera que isso está ocorrendo pela falta de organização financeira do grupo, assim como a falta de armamento. “Se existe armamento na mão dessa facção é algo irrelevante ou ínfimo. Essa é uma organização que tende a se acabar se não já se acabou”, ressalta.

Samuel ainda argumenta que uma possível substituição da cúpula e continuidade do grupo criminoso é algo incerto. Membros fundadores da organização, a Guardiões do Estado (GDE), foram alvos de distintas operações de órgãos de segurança. Ednal Braz da Silva, 46 anos, apelidado de Siciliano, é o personagem apontado pela Polícia Federal como responsável por ordenar ataques a torres de telefonia registrados no dia 1º de abril deste ano.

Em coletiva na manhã desta quarta-feira, 18, o homem também foi apontado como mandante de ataques ocorridos em setembro deste ano e peça-chave para chegar aos outros criminosos. “Quando chegamos nele identificamos todo o planejamento dos ataques em setembro”, afirma.

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Apesar de considerar que a facção tenha sofrido diversos golpes no ano passado e neste ano, o promotor Rinaldo Janja, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), alerta que as forças de segurança precisam permanecer atentas para que o grupo não retome o poder.

“Temos que ficar vigilantes, principalmente para que não haja essa sucessão dentro da facção. Houve vários golpes, várias investidas dos órgãos de segurança, mas temos que ficar atentos para que ela não ressurja”, pontuou.

Operação “Reino de Aragão”

Dez mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta quarta-feira, 18, em operação deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público do Ceará (MP-CE). Dos presos, seis suspeitos já se encontravam em presídios e outros quatro estavam em liberdade.

Entre os presos, há integrantes e um dos fundadores da facção criminosa responsável pelos ataques no Ceará, além de uma advogada que está presa no presídio de Itaitinga. Outros 21 mandados de prisão preventiva foram expedidos e ainda não foram cumpridos.

A operação tem objetivo de desarticular lideranças da organização criminosa responsável pela ordem e execução dos ataques ocorridos em setembro deste ano na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). 140 policiais e duas aeronaves participaram da operação.

O material apreendido na operação, majoritariamente compreendido por celulares, computadores e mídias em geral, deve subsidiar futuras investigações contra o grupo criminoso. Além disso, foi encontrada uma pequena quantidade de cocaína.

O nome da operação remete ao Siciliano, membro fundador da GDE e principal alvo da ação. A explicação do delegado Samuel Helânio, que coordenou a operação, é que o apelido do homem remete à região de Sicília, na Itália. A área estava sob a jurisdição do Rei de Aragão entre os séculos XII e XVIII.

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