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Proprietários de bares no Benfica denunciam violência policial

O caso ocorreu no último sábado, 30. Procurada pelo O POVO, a Polícia Militar do Ceará (PMCE) informou que viaturas foram acionadas para atender ocorrência acerca de som alto e obstruções no trânsito nas proximidades da Avenida da Universidade
18:27 | Dez. 03, 2019
Autor Izadora Paula
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Izadora Paula Estagiária do portal O POVO Online
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Tipo Notícia

Uma nota pública foi divulgada por proprietários de bares da rua Instituto do Ceará, no bairro Benfica, como forma de denunciar ação policial violenta ocorrida na madrugada do último sábado, 30. Conforme relatos colhidos pela reportagem do O POVO, não houve aviso ou comunicação dos agentes de segurança antes do uso de bombas de efeito moral e balas de sal.

De acordo com o manifesto, a ação teve início por volta de 1h15min e se estendeu até as 2 horas. "Os agentes vieram em forma de paredão na Avenida (da Universidade) em direção à rua (Instituto do Ceará) já com os disparos". Neste momento, conforme o texto, os frequentadores começaram a correr e procurar abrigo dentro das dependências dos bares. De acordo com o relato, os policiais desceram das viaturas e atiraram contra as pessoas que estavam dentro dos estabelecimentos. "Muitos sofreram sufocamento, desmaios e hematomas", diz o manifesto.

As vítimas também teriam sido impedidas de chamar socorro, já que as saídas dos estabelecimentos e o acesso à rua teriam sido bloqueadas. "Além disso, parte das testemunhas que registraram o ocorrido tiveram os celulares tomados pelos oficiais, que apagaram as imagens dos aparelhos", cita a nota. Os policiais envolvidos na ação não teriam tentado nenhum tipo de comunicação, evacuação dos locais ou dispersão dos presentes.

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Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do Ceará (PMCE), por meio do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA), informou que viaturas foram acionadas para atender ocorrência acerca de som alto e obstruções no trânsito nas proximidades da Avenida da Universidade. "Durante a abordagem, a multidão que estava no local arremessou garrafas e pedras em direção às composições policiais. Em razão disso, os policiais militares, de imediato, solicitaram apoio do 1°Batalhão/COTAM do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque)", diz trecho da nota.

Ainda segundo a PM, na ocasião foi necessária a utilização de "uso proporcional da força, utilizando instrumentos de menor potencial ofensivo, a fim de fazer cessar os danos ao patrimônio público e as agressões sofridas". Ninguém foi preso na ação.

Em contrapartida, a nota pública dos bares justifica que paredões de som foram instalados na Avenida da Universidade obstruindo as vias públicas. O fato é recorrente e já teria sido denunciado aos órgãos fiscalizadores. "Ou seja, o barulho partia principalmente do logradouro vizinho, o que torna ainda mais injustificada a truculência dos militares contra os ocupantes de nossa ruela. (...) Foi neste contexto, de excesso de barulho, que alguns vizinhos denunciaram e convocaram as forças policiais, mas tal situação não foi provocada pelos bares", justifica o manifesto.

O texto, assinado em conjunto pelos bares Hells Bar, The Ligths, Gato Preto e pelo Carnaúba Cultural, pede pela correta apuração dos fatos e a responsabilização dos envolvidos com os atos de violência. "Não podemos admitir que pessoas sejam submetidas a tamanha selvageria simplesmente por ocuparem as ruas", afirma.

Os proprietários dos três bares que assinam a nota se reuniram com a Carnaúba Cultural e moradores da rua nesta segunda-feira, 2, para discutir a situação. Conforme a proprietário do bar Gato Preto, Alí Nacif, a reunião serviu para pensar em meios de cobrar do Estado e da Prefeitura caminhos para organizar a atividade policial, evitando brutalidade e violência.

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