Professores analisam prova do segundo dia do Enem 2019; assista

O Enem 2019 chegou ao fim neste domingo, 10, em seu segundo dia de prova, tendo Ciências Exatas e Ciências da Natureza como avaliações. Professores das escolas parceiras do O POVO - Batista, Lourenço Filho e Tiradentes - comentam as questões da prova de hoje. 

A página do O POVO no Facebook traz uma live com as explicações sobre as questões feitas pelos professores Cristiano Aragão, professor de Biologia do Colégio Tiradentes; Alexandre Lima, professor de Química do Colégio Lourenço Filho e do Colégio Batista, e Acácio Sousa, professor de Química do Colégio Batista.

Assista à Live: 

Maiores dificuldades

Professores de biologia, física, química e matemática do Pro Enem, no Rio de Janeiro, também falaram com O POVO sobre os temas que podem ter gerado maior dificuldade aos alunos.

De acordo com o professor de biologia Marcos Alvarenga, a prova deste ano estava mais conteudista do que as de exames passados. “Achei um pouco mais conteudista, não tão superficial como a dos anos anteriores. Nem todo mundo que só estuda de forma superficial conseguiria fazer as questões”, disse.

Segundo ele, a questão que mais pode ter causado dificuldade foi a 117 da Prova Cinza, que falava sobre linkage, assunto que não costuma cair na prova. Alunos um pouco mais despreocupados com a leitura talvez pudessem se confundir, por depender também de interpretação de texto e não apenas biologia. “Eu acho que era a única questão que era um ponto fora da curva, e não pelo assunto em si, mas pela forma como eles escreveram no texto sobre o assunto”, afirmou.

Para Caroline Azevedo, professora de química, o tema de “orgânica” pode ter sido o mais difícil. Uma questão que pedia para procurar coisas em comum entre corantes pode ter causado maior dificuldade aos candidatos, por parecer ter mais uma opção de resposta. “Gerou dúvida até na gente [professores] qual seria o gabarito correto”, disse.

Questões de cálculo estequiométrico, que costuma ter todos os anos, não apareceu desta vez. Ao invés disso tiveram questões de soluções e titulação, considerado por Caroline como um conteúdo “bem duro”. Além disso, houve também perguntas de ligações químicas, que trouxe propriedades da tabela periódica. “Não é um conteúdo do Enem, mas a gente conseguiria fazer pelas informações do texto e pelo conhecimento básico de química”, afirmou.

Para o estudante Gabriel Martins, 18, a avaliação sobre a prova é a mesma. O aluno, que pretende cursar Psicologia ou Belas Artes, foi pegue de surpresa com o conteúdo. “Eu fiquei surpreso com Química, foi bem diferente do ano passado. Mais complicada”, disse.

Diego Viug, professor de matemática, considera uma questão sobre função trigonométrica como a mais difícil do caderno de Ciências Exatas. De resto considera o conteúdo bastante similar ao dos outros anos, com muitas questões de proporcionalidade, estatística, análise combinatória e probabilidade, como é comum no exame. “Estava simples, mas é uma prova longa, então é interessante que não seja tão difícil assim”, disse.

Vanessa Silva, 16, concorda com Diego. A estudante de ensino médio, que pretende cursar Administração ou Jornalismo, fez o Enem pela primeira vez e acredita que a prova não estava difícil. "Eu não achei a prova difícil. A de Matemática caiu sobre matrizes, assunto que estudei muito", disse.

O estudante João Valmiro, 18, pretende cursar fisioterapia e achou a prova de física bastante bagunçada, chegando a se confundir com outra matéria. "Eu estava fazendo um cálculo pensando que era a prova de Matemática e era a de Física, nem tinha começado Matemática ainda. A sensação que eu tive é que a prova de hoje foi feita em cima da hora. Eu fiquei tenso em não saber que matéria estava fazendo”, diz.

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