Obras em nova estação do metrô causam transtornos para motoristas e usuários de ônibus
O engarrafamento se estendeu por pelo menos quatro quarteirões, além de atingir vias secundárias da região. Obras atingem trânsito e comércio de pelo menos outros dois pontos na cidadeApós início de de obras em nova estação da linha leste do metrô, na avenida Santos Dumont, em Fortaleza, motoristas e usuários do transporte público enfrentaram trânsito lento durante a manhã desta segunda-feira, 28. O POVO Online esteve no local por volta da 9 horas e observou engarrafamento que se estendeu por pelo menos quatro quarteirões da avenida, além do impacto em vias secundárias, como as ruas Joaquim Nabuco e Silva Paulet.
A dona de casa Silvana Vasconcelos, 45, disse que foi surpreendida pela reforma e já estava há pelo menos 50 minutos em um trajeto que normalmente gasta 20. “Eu não sabia de nada, não deu nem para me programar e sair mais cedo de casa”, lamentou.
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AssineA busca por outros modais é uma solução encontrada por Joubert Arraes, 42. Ele conta que dificilmente usa carro particular para realizar seus deslocamentos diários, mas hoje resolveu pegar o carro de sua mãe emprestado. “Eu já estou desistindo, seria muito melhor se tivesse vindo a pé ou de bicicleta”, garantiu.
Além de impactar motoristas individuais, 26 rotas de ônibus foram alteradas devido à mudança, de acordo com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor). Passageiros que descem na parada de ônibus na avenida Santos Dumont, entre as ruas Joaquim Nabuco e Tibúrcio Cavalcante, precisarão desembarcar na rua Torres Câmara, via paralela a dois quarteirões da avenida.
O comerciante Cláudio Martins, que possui um lava-jato na região, fala que o impacto não foi sentido no primeiro dia, mas tem medo de perder os clientes devido aos transtornos no local. “É algo que a gente começou de forma repentina e estamos tendo que lidar sem nenhum planejamento. Não sabemos até quando vai durar, é algo bem incerto”, ressaltou o homem.
Ele disse que nenhum órgão governamental entrou em contato para informar sobre o início dos trabalhos. A única comunicação foi em relação à estrutura do local, que pode ser afetada com a construção subterrânea da estação. “Vieram alguns agentes do Governo, tiraram algumas fotos e pegaram nossos dados. Isso não aconteceu só aqui, mas em vários estabelecimentos”, pontuou.
Após a conclusão das obras para esse trecho, previstas para 2022 de acordo com a secretaria de Infraestrutura do Estado do Ceará (Seinfra), uma média de 150 mil passageiros poderão se deslocar entre o Centro e o Papicu com tempo de viagem de 15 minutos. A iniciativa ainda garantirá a integração da linha leste com a linha sul, no Centro, e com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Parangaba-Mucuripe e o Terminal do Papicu.
Obras complicam trânsito em outros pontos
Não é só as obras da avenida Santos Dumont que está causando transtornos para a população. A requalificação da avenida Beira Mar, por exemplo, tem causado prejuízo para motoristas e, sobretudo, comerciantes da região. Márcio Ribeiro é proprietário de uma barraca na praia há 16 anos e relata que está passando por dificuldades para gerir o negócio, que teve queda de 40% na movimentação.
“A gente teve que dispensar funcionário, nessa época de alta estação tínhamos que reforçar o número, devido ao aumento do fluxo. Acho que a reforma poderia ser feita em um período diferente do ano, de forma que não sentíssemos menos impacto.”
O comerciante explica que eles foram orientados pelo poder público a não realizar reservas de mesas para o réveillon, serviço que tradicionalmente gera receita significativa para os proprietários do local. “Nós já escutamos turistas falando que se arrependeram de se hospedar próximo ao local devido à situação, as pessoas que vêm de carro tem medo de não achar vaga para estacionar, está bem complicado”, relata.
Outro ponto que também foi atingido foi a avenida Duque de Caxias, no Centro. A via faz parte do trinário da região, que pretende tornar a mobilidade do local mais fluida com apoio das ruas Meton de Alencar e Clarindo de Queiroz. A estudante de psicologia Taís Sampaio, 20, disse que a falta de informação sobre a mudança fez com que ela descesse bem distante do local para onde iria.
“O pior é durante noite, eu preciso caminhar três quarteirões para chegar na avenida. Quando a via tinha dois sentidos, eu já descia bem próximo do local, agora me sinto insegura para percorrer esse caminho”, disse.
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