Homens invadem escola em Fortaleza e ordenam encerramento das aulas

O caso aconteceu na escola José Carvalho, no bairro Alagadiço Novo

14:13 | Set. 26, 2019

Escola José Carvalho, no bairro Alagadiço Novo (foto: Google Street View)

Atualizada às 16h22min

Uma escola de tempo integral localizada no bairro Alagadiço Novo foi invadida por criminosos por volta de 10 horas nesta quinta-feira, 26. O POVO apurou que uma pessoa da comunidade, que seria líder do tráfico, havia morrido recentemente. A música que tocou ao final do recreio na escola foi interpretada como desrespeito por pessoas que estavam de luto. Após a invasão da escola pelos homens, os alunos foram liberados mais cedo e não haverá aula nesta sexta-feira, 27.

O caso aconteceu na escola José Carvalho. Um aluno, que não será identificado, relatou à reportagem que é costume do colégio tocar uma música ao fim do intervalo, para informar aos alunos que devem retornar para a sala de aula. Foi neste momento que o colégio foi invadido por homens, que pularam o muro. "Eu vi dois homens, mas um amigo me disse que tinha visto mais três ou quatro", contou o aluno.

Conforme o rapaz, uma pessoa da comunidade tinha morrido, e as pessoas que estavam de luto ouviram o som na escola e encararam aquilo como uma provocação. "Eles pularam o muro, chegaram chutando a caixa de som. Acho até que quebrou, a música parou na hora". Os invasores, então, passaram a discutir com alguns funcionários e deram um ultimato: a escola deveria ser esvaziada em 30 minutos ou "alguma coisa ruim ia acontecer".

Depois da ameaça, o diretor informou aos alunos que eles seriam liberados mais cedo e pediu que mantivessem a calma. Os alunos foram liberados a medida que os pais chegavam ou autorizavam a saída daqueles que fossem sozinhos para casa. As aulas foram suspensas nesta quinta-feira, 26, e canceladas na sexta, 27.

O POVO solicitou informações a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que informou que não houve invasão. Segundo a assessoria de comunicação do órgão, um vizinho achou que a música tocada na escola era desrespeitosa com o momento de luto pela morte de uma pessoa da comunidade, por isso solicitou que a música fosse desligada, ao que foi atendido pelo diretor. A iniciativa de sair mais cedo da sala de aula teria partido dos alunos, que pediram para ligar para que os pais e responsáveis fossem buscá-los. 

A Secretaria Municipal de Educação (SME) também foi procurada. A reportagem aguarda resposta.