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Escrivã que defendeu torcedores de agressão recebe menção elogiosa por ato de bravura e destemor

Mesmo estando de folga e se encontrando no quarto mês de gestação, Tárgilla Bié não hesitou em socorrer as vítimas, efetuando disparos de arma de fogo para o alto enquanto se identificava como policial.
18:38 | Ago. 07, 2019
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Tipo Notícia

A escrivã da Polícia Civil, Tárgilla Bié Brito, que defendeu torcedores do Ceará durante agressão sofrida no último sábado, 3, dia de Clássico-Rei nas proximidades da Arena Castelão, recebeu "menção elogiosa" por ato de "bravura e destemor".

O Delegado Geral da Polícia Civil, Marcus Rattacaso, parabenizou a servidora.“Eu te chamei aqui para agradecer pelo seu ato de bravura, porque apesar de estar de folga, sozinha e principalmente por estar gestante, você fez exatamente o que jurou fazer, defender a sociedade acima de tudo. Então restam só elogios a sua pessoa”, afirmou Rattacaso.

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Rattacaso encontrou-se com Tárgilla na manhã de terça-feira, 6, quando a agradeceu em nome da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) pelo ato de bravura. Após a conversa entre Tárgilla e Marcus Rattacaso, uma portaria do gabinete do delegado geral, com um elogio ressaltando a bravura e o destemor da servidora, foi encaminhada para o Departamento de Gestão de Pessoas (DGP) da PCCE para registro nos assentamentos funcionais de Tárgilla e publicação no Diário Oficial do Estado.

O caso citado aconteceu por volta das 17h, na avenida Silas Munguba, à altura do entorno da Arena Castelão. A escrivã, identificada como Tárgilla Bié Brito, presenciou um grupo de torcedores vestidos com camisas do Fortaleza Esporte Clube agredindo violentamente, com chutes e socos, dois torcedores vestidos com a camisa do Ceará Sporting Club, pai e filho, que ocupava uma moto. As vítimas foram derrubadas e arrastadas da motocicleta em que estavam.

Nesse momento, mesmo estando de folga e se encontrando no quarto mês de gestação, a escrivã não hesitou em socorrer as vítimas, efetuando disparos de arma de fogo para o alto enquanto se identificava como policial. Os agressores, então, se dispersaram.

Tárgilla é escrivã de Polícia Civil há pouco mais de um ano e já foi guarda municipal de Fortaleza por três anos. Aos 25 anos, ela está grávida de cinco meses da sua primeira filha: Cecília. Segundo ela, foi com um instinto materno que ela resolveu agir quando presenciou as agressões. “Na hora que eu vi, eu pensei logo que matariam o rapaz e que poderia ser uma mãe chorando a perda de um filho. O adolescente que estava na garupa da moto e foi arrastado estava levando muitos chutes na cabeça. Eu sabia que se não fizesse nada, talvez aquele torcedor tivesse morrido ou até estivesse em coma, e teria uma mãe chorando junto com ele”, disse ela.

A escrivã contou ainda que no primeiro momento não percebeu que as vítimas tratavam de pai e filho. Ela disse que ouviu o adolescente chamar pelo pai, mas achou que poderia ser pelo fato de estar atordoado. “Na hora que parou, eu ouvi ele gritando ‘pai, pai’, foi quando a outra vítima se aproximou”.

Aos ser questionada sobre o que gostaria de falar para as pessoas que ajudou, Tárgilla manda um recado: “agradeçam a Deus pelo livramento. Talvez as orações da mãe do adolescente em casa, pedindo para proteger, foi o que me colocou lá na hora”. Ela ainda afirmou que se fosse preciso, faria tudo novamente. “Eu faria tudo outra vez, mesmo me colocando em risco. Vou ser mãe, e me pergunto: Se fosse um filho meu? Ou até mesmo se fosse algum familiar meu que estivesse na situação e tivesse alguém lá podendo ajudar e não tivesse feito, eu me sentiria muito mal. Eu jurei defender as pessoas”, finaliza ela.

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