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Acusado de assassinar Débora Lohany é condenado a 24 anos e 3 meses de reclusão

Em júri popular, Walderir Batista dos Santos foi condenado por homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver de Débora Lohany, assassinada em 2017
23:13 | Abr. 26, 2019
Autor Wanderson Trindade
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Wanderson Trindade Repórter
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Tipo Notícia

A 5ª Vara do Júri, no Fórum Clóvis Beviláqua, julgou nesta sexta-feira, 26, Walderir Batista dos Santos, réu pelo assassinato de Débora Lohany, de 4 anos, em 2017. Ele foi condenado a 24 anos e 3 meses de reclusão por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver. A sentença veio após sessão que teve início às 10h30min, sendo encerrada às 22h45min.

Moradora da Aerolândia, Débora desapareceu na noite de 27 de março de 2017. Uma única testemunha ocular relatou que a menina havia sido levada por um homem, não sabendo, porém, precisar sua identidade. Nos dias que sucederam o sumiço, buscas foram realizadas em toda a região, até que no dia 7 de abril, em terreno próximo da avenida Pontes Vieira e da Via Expressa, garis encontraram um corpo em avançado estado de putrefação. A mãe de Débora Lohany foi levada até o local e reconheceu os pertences encontrados próximos ao cadáver como sendo da própria filha.

Ainda no dia do rapto, moradores do bairro tiveram desentendimento com Walderir, que é conhecido como “Bracinho”, por ser abráquico (desprovido de um dos braços). Ele foi acusado de tentar beijar uma criança, o que causou revolta entre moradores que tentaram linchá-lo. Em meio à confusão, o homem conseguiu fugir, anunciando: “Eu vou me vingar. E essa vingança vai dar uma reviravolta na Aerolândia”. Depois disso, Walderir sumiu e tornou-se o principal alvo da investigação do assassinato de Débora Lohany.

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Passados 17 dias do desaparecimento da menina e da confusão com os moradores, Walderir foi preso em 13 de abril, na cidade de Parnaíba, no Piauí. Responsável pela acusação do caso, o promotor Francisco Elnatan Carlos de Oliveira Júnior declarou ao júri popular que o réu agiu de “forma desumana” no assassinato, ao ocultar o corpo da criança cobrindo-o de entulho. Para sustentar a tese, ele pediu para exibir fotos da perícia feita no dia. Com a autorização, uma mulher da família de Débora saiu do auditório chorando, relembrando a saudade e o sofrimento submetido à menina, que completaria sete anos de idade em 2019.

Quando foi capturado, Walderir confessou à Polícia que teria matado a criança com uma pedrada em sua nuca. Agora no julgamento, entretanto, ele negou a versão dada anteriormente, alegando ter sido torturado por policiais que o forçaram a dar tal declaração. Representado pelos defensores públicos Matheus Machado e Glaiseane Lobo, Bracinho relatou não ser o autor do crime.

Durante o discurso da defesa, Matheus Machado afirmou que, “de cara”, o acusado seria inocente. Segundo ele, o crime não está de fato elucidado e Walderir passou a ser apontado como o executor do homicídio por ser o “personagem perfeito” para estampar as investigações, já que possui passagens por roubo, dois homicídios, lesão corporal e ameaça.

“Era preciso ter uma resposta para a sociedade e por isso prenderam Walderir”, disse, atestando possuir plena convicção de que o réu é inocente.

Reagindo às afirmações, duas familiares da menina assediada, que assistiam o julgamento como forma de prestar solidariedade à família de Débora, saíram do auditório aos prantos. Antes de deixarem a sala, no entanto, dispararam contra o defensor: "Só está falando mentiras". Conforme o juiz do caso, Raimundo Lucena Neto, não são permitidas manifestações das pessoas presentes na sessão.

A argumentação da defesa não convenceu o júri que, por maioria de votos, acatou a tese da acusação, condenando o réu. O juiz Raimundo Lucena Neto determinou que Walderir não poderá recorrer em liberdade.

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