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Mulheres protagonizam protesto contra a Reforma da Previdência em Fortaleza

Proposta de reforma foi apresentada por Jair Bolsonaro e tramita na Câmara dos Deputados
11:18 | Mar. 22, 2019
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A manifestação contra a proposta de Reforma da Previdência, em Fortaleza, é protagonizada por mulheres. Dentre os participantes estão professores, integrantes de movimentos sociais e centrais sindicais, líderes políticos, trabalhadores da construção civil e estudantes.

A Reforma da Previdência, que foi apresentada por Jair Bolsonaro e tramita no Congresso, determina idade mínima de 65 anos para homens, 62 anos para mulheres e aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos.

De acordo com organizadores do ato, cerca de 15 mil pessoas protestam contra a Reforma da Previdência
De acordo com organizadores do ato, cerca de 15 mil pessoas protestam contra a Reforma da Previdência (Foto: Gabriela Feitosa / Especial para O POVO Online)

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O grupo saiu da Praça da Imprensa e segue rumo à Praça Portugal pela avenida Desembargador Moreira, na manhã desta sexta-feira, 22. 

A manifestação segue pacífica e sem tumulto. O POVO Online não identificou policiais ou agentes de segurança. Há registro de engarrafamentos na região.

Mulheres de sindicatos e movimentos sociais estiveram presentes
Mulheres de sindicatos e movimentos sociais estiveram presentes (Foto: Alexia Vieira/Especial para O POVO)

De acordo com os manifestantes, o projeto para a Previdência brasileira retira direitos dos trabalhadores e dificulta a aposentadoria. Patricia Facó, da Central dos Sindicatos Brasileiros, afirma que o movimento foi puxado para "mostrar que a classe trabalhadora não fez o rombo da Previdência" e, portanto, os trabalhadores não deveriam "pagar" por isso. A líder também pontuou que a reforma prejudica as mulheres - que são maioria no ato na Capital.

A projeção dos organizadores dá conta de 15 mil presentes na manifestação. Muitos são professores. Por conta disso, aulas em escolas municipais, estaduais e em universidades foram suspensas nesta sexta-feira.

Will Pereira, estudante de 22 anos, afirma participar do momento pelo futuro das pessoas jovens e porque não quer "trabalhar até morrer". "Matematicamente falando, é praticamente impossível os jovens da periferia se aposentarem aos 60 anos ou 70 por causa da mortalidade", justifica.

Trabalhadores do setor da construção civil compareceram ao ato
Trabalhadores do setor da construção civil compareceram ao ato (Foto: Gabriela Feitosa/Especial para O POVO)

Dóris Soares, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), contesta a idade proposta para a aposentadoria dos contribuintes. “Os brasileiros não têm uma perspectiva tão alta quanto estão imaginando. O Brasil pode voltar à extrema miséria com a reforma”.

O percurso entre a Praça da Imprensa e a Praça Portugal durou cerca de duas horas, com manifestantes ocupando grande parte das duas faixas da avenida Desembargador Moreira. Carros de som tocavam músicas que criticavam o governo de Jair Bolsonaro. "Se o povo se unir, a reforma vai cair", dizia uma das canções. Um boneco do presidente levado pelos organizadores foi vaiado pelos presentes. 

"Mulheres, agricultoras, professoras e idosos serão os maiores prejudicados. Além disso, a reforma dificulta o acesso a uma série de benefícios e estabelece que idosos carentes irão receber somente R$ 400 entre os 60 e os 70 anos, quando passam a ganhar um salário mínimo. A reforma também pretende implantar o modelo de capitalização que beneficia banqueiros e especuladores", afirma, em nota, o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort).

Com informações das repórteres Alexia Vieira e Gabriela Feitosa/ Especiais para OPOVO

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