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Com pouco ônibus, mototaxista faz 36 viagens; em dias normais, a média é de oito corridas

Idosa de 74 anos resolveu esperar por ônibus e passou quase duas horas na parada
23:37 | Jan. 04, 2019
Autor Ítalo Cosme
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Ítalo Cosme Repórter
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Tipo Notícia
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Mototaxista há 18 anos, Raimundo da Silva, 44, fez quatro vez mais viagens durante a onda de ataque no Ceará do que em dias normais. Após frota de ônibus municipais e intermunicipais ser recolhida, a demanda por corridas aumentou. O profissional, com ponto de trabalho ao lado do North Shopping da avenida Bezerra de Menezes, realizou 36 corridas. 
  
Segundo ele, em dias “bons”, o número de viagens realizadas fica entre oito e dez. “Como tinha muita gente na rua, o povo ficou à deriva, sem opção, a gente fez uma grana boa”, relata. Durante esta sexta-feira, o mototaxista sentiu o fluxo diminuir. “Hoje ‘tá’ um pouco mais parado. Porque o pessoal se prepara. Tiraram o carro da garagem, tá um pouco mais leve”, afirmou. 
  
Por conta da alta procura, os preços foram diferentes. “A gente cobrou um pouquinho mais alto devido a demanda. O povo sem opção, chega, e todo mundo quer ir, quer sair do local. Foi um pouquinho mais caro, infelizmente”. O mototaxista trabalha em um dos corredores comerciais mais importantes de Fortaleza. Apesar da queda na procura, a expectativa era que a noite desta sexta o movimento de clientes se intensifique.

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Frota reduzida

Quem prefere arriscar, acaba tendo de esperar além do tempo comum pelos coletivos. Carmem Maria, 74, esperou por quase duas horas. A senhora pretendia ir a uma consulta no Hospital das Clínicas. 30 minutos antes do horário marcado, ela ainda não tinha conseguido tomar um coletivo. "Eu vou voltar pra casa, o médico lá não pode esperar por mim, nem eu. Tem que chegar na hora certa”, lamentou. Segundo ela, a linha Parquelândia/Parangaba passa com bastante frequência. Em dias com frota total, não espera mais que 20 minutos. 
  
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O vendedor ambulante Ricardo da Costa, 32, também sofreu com o baixo fluxo de passageiros nos ônibus de Fortaleza. Para ele,  o “movimento foi fraco”. Até às 14 horas desta sexta, Ricardo não tinha conseguido vender pouco mais de R$ 35. De acordo com ele, com o tráfego estabelecido, dentro do mesmo horário, ele consegue arrecadar até R$ 80.
  
Tanto Raimundo quanto Carmem e Ricardo atravessaram a avenida Bezerra de Menezes, nesta sexta-feira, em tempos diferentes. A empresa de transporte intermunicipal Vitória reduziu sua frota de ônibus a um veículo por linha. Enquanto Carmem aguardava um coletivo municipal, no terminal do Antônio Bezerra, a poucos quilômetros dali, outros tantos esperavam. No entanto, da frota do município de Fortaleza, apenas 30% ficou disponível durante o dia.
  
O fluxo de veículos no terminal com maior demanda de passageiros da cidade era quase zero. Vez ou outra, um par de veículos transitava no local, conduzindo, por sorte, passageiros que se arriscaram a sair de casa.

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