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Homem que disparou contra uma manifestação em Itaitinga é um PM reformado do Ceará

Policial militar reformado do Ceará é identificado como homem que sacou arma e disparou em direção a um protesto de parentes de presidiário em Itaitinga, na BR-116
15:47 | Out. 17, 2018
Autor Demitri Túlio
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Demitri Túlio Repórter investigativo
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Tipo Notícia
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O homem flagrado atirando na BR-116, em Itaitinga, contra uma manifestação de familiares de presidiários, é um policial reformado da Polícia Militar do Ceará.  Edivardo Enoque da Silva, na manhã de terça-feira, 16,, foi flagrado sacando uma arma – supostamente um revólver 38, cano curto – e disparando em via pública porque se irritou com o fechamento da rodovia na altura da unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim.  

O PM reformado trafegava num Siena, PMJ – 1887, de Quixadá. Ele parou o carro e sacou a arma, ameaçando as mulheres que durante a manifestação queimaram pneus e outros materiais interrompendo a via. O policial, após o disparo, foi abordado por soldados do Batalhão de Choque. Mostrou a identificação de militar e foi encaminhado à delegacia onde prestou depoimento, mas foi liberado. Edivardo Enoque não foi algemado, apesar da ocorrência em via pública, não passou por uma busca de arma nem foi encaminhado para um exame de parafina da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) .  

Como revela a sequência de fotos, o homem apresenta uma documentação ao policial. Em seguida, ele é conduzido, na viatura, sem algemas, no banco de trás, para a Delegacia Metropolitana de Horizonte, onde prestou depoimento e foi liberado.
 
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Na tarde de terça-feira, o nome do policial reformado não foi revelado em duas notas enviadas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), pois o PM não teria sido preso em flagrante segundo entendimento dos PMs que o prenderam após o fato. “A SSPDS esclarece que tem como procedimento padrão apenas a divulgação dos nomes de adultos presos em flagrante ou com mandado de prisão em aberto”, descreve a nota.

Segundo a nota da SSPDS os “policiais militares afirmaram, em depoimento, não terem ouvido disparos de arma de fogo. Após busca pessoal e no veículo do suspeito, a suposta arma não foi localizada, bem como as testemunhas não compareceram à delegacia para prestar depoimento”.
 
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O depoimento dos PMs contraria a versão das testemunhas do local e das imagens feitas pelo O POVO. Durante o interrogatório, Edivardo Enoque teria afirmado que estava com uma arma de “brinquedo”. Mas o objeto não foi apresentado na delegacia. A primeira nota da SSPDS trazia a informação de que o brinquedo teria sido destruído, “atirado em direção ao fogo, causado por pneus queimados no protesto”.

O POVO está em busca de ouvir o PM reformado. 

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