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Catedral de Fortaleza guardará fragmento dos restos mortais de dom Aloísio Lorscheider

Restos mortais serão divididos entre as duas igrejas onde o bispo serviu, em Fortaleza e São Paulo
13:40 | Set. 04, 2018
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[FOTO1]Depois de 11 anos de sua morte, o cardeal arcebispo dom Aloísio Lorscheider terá fragmentos de seus ossos divididos entre três igrejas brasileiras. Falecido em Porto Alegre em 23 de dezembrto de 2007, no Rio Grande do Sul, o religioso foi sepultado no Convento dos Franciscanos. Entretanto, desde sua morte, duas dioceses a que ele serviu desejam receber seus restos mortais. A Arquidiocese de Fortaleza e o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo, irão partilhar restos mortais do arcebispo. A diocese de Santo Ângelo (RS) também receberá uma urna e parte do corpo continuará no convento. A informação foi divulgada pelo padre Clairton Alexandrino, em entrevista na manhã desta terça-feira, 4, no programa O POVO no Rádio, na Rádio O POVO/CBN.

De acordo com a Arquidiocese de Fortaleza, uma festa deve acontecer para comemorar a chegada da relíquia de dom Aloísio. O arcebispo inaugurou a atual catedral, em 1978, após 39 anos de obras. Os restos mortais deverão retornar à Capital no dia em que o templo completa 40 anos de existência, em 22 de dezembro. Missa será celebrada às 18h30min, para que os fiéis possam ver o osso da perna direita do sacerdoe, parte doada para Fortaleza. Esta pode ser a única oportunidade que os católicos cearenses terão de ver a relíquia, pois os fragmentos devem ficar em uma cripta junto dos restos de outros bispos.
 
[SAIBAMAIS]Para a Igreja Católica, bispos devem ser enterrados na diocese em que eles se aposentaram. Por isso, a maior parte do corpo de dom Aloísio deve ficar no Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Ele deve ser transferido para lá no dia 4 de outubro. Porém, em vista da importância do bispo para Fortaleza, a Igreja decidiu fazer essa divisão. Segundo a assessoria do Santuário Nacional de Aparecida, a prática é rara, mas não é a primeira, pois já vem sendo feita por católicos há anos. 

 
Para o padre Clairton Alexandrino, a decisão de dividir os restos mortais foi diplomática. Na entrevista ao jornalista Luiz Viana, na Rádio O POVO/CBN, ele falou sobre a admiração que tem pelo bispo. "Dom Aloísio superou a todos em virtude, sabedoria e bondade. Receber os fragmentos de ossos dele é como receber relíquias de santos", afirma. O bispo não é reconhecido como santo oficialmente, mas parte da comunidade católica deseja que isso vire realidade. 

História de dom Aloísio

Nascido em 8 de outubro de 1924, em Estrela, no Rio Grande do Sul, o bispo começou os estudos na Igreja Católica aos 10 anos. Foi nomeado sacerdote em 1948 e bispo em 1962. Participou da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como secretário-geral e como presidente. Foi arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza e de Aparecida, em São Paulo. Depois da aposentadoria, passou a viver no Convento dos Franciscanos, no Rio Grande do Sul. Foi o primeiro brasileiro votado para papa. Protegeu perseguidos pela ditadura militar, fez trabalhos em comunidades e em presídios, chegando a ser sequestrado durante uma rebelião de presos.
 
Redação O POVO Online 

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