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5 coisas que só quem anda de bicicleta em Fortaleza sabe

Escolher usar a bicicleta para se locomover envolve mudanças no estilo de vida e na forma de ver a cidade
14:10 | Set. 17, 2018
Autor Alexia Vieira
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Tipo Notícia
Na Semana da Mobilidade, O POVO Online foi às ruas escutar histórias de quem se desloca de ônibus, a pé e de bicicleta em Fortaleza. Os entrevistados listaram benefícios e prejuízos de cada modal e compartilharam as razões da escolha para se locomover.

 
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A partir dos depoimentos, reunimos uma lista sobre os fatos que só quem usa esses meios de transporte consegue perceber na Cidade e nos seus cotidianos. As atividades da semana que pensa a mobilidade urbana começaram no domingo, 16, e vão até sábado, 22, data em que se comemora o Dia Mundial Sem Carro. Hoje, confira cinco coisas que só sabe quem anda de bicicleta na Capital:

1. Engarrafamentos não fazem mais parte da rotina

É comum para quem tenta se deslocar nos horários de pico ficar parado no trânsito. Além do estresse, os engarrafamentos consomem tempo hábil do dia a dia dos cidadãos. Cansado de ver a ciclovia livre enquanto tentava passar por avenidas lotadas, David Falcão, 42, decidiu começar a pedalar. “Me sinto mais à vontade e não me estresso com trânsito. Não consigo deixar meu tempo parado dentro do carro”, afirma. 

2. Prestar atenção aos detalhes e belezas de Fortaleza é para poucos

“Independente de qualquer coisa, Fortaleza é bonita”. Foi isso que Maria Vitória Mendes, 19, percebeu quando começou a usar a bicicleta para se deslocar. Segundo ela, dentro de coletivos ou de carros não é possível ver a Cidade completamente. De bike, ela pode entrar em ruas secundárias para conhecer outros trajetos e estar exposta aos sons e imagens urbanas, sempre “atenta a tudo”. A estagiária conseguiu unir a vontade de prestar atenção nos detalhes por onde passa ao caminho de todos os dias para o trabalho. 
 
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3. Dividir as avenidas com carros e motos é perigoso

Fortaleza conta com 238,7 quilômetros de malha cicloviária. Isso corresponde a 9% de toda a estrutura viária da Cidade. Apesar de existir quem consiga fazer todos os trajetos por locais que tenham as ciclovias e ciclofaixas, muitas pessoas têm que dividir as vias com carros, ônibus e motos. Maria Vitória explica que os motoristas geralmente não respeitam os ciclistas. “Parece que eles fazem questão de encostar”, reclama. David também diz que a família se preocupa com a escolha do meio de transporte dele por medo de acidentes. 


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4. Um ponto para a saúde a cada pedalada

Andar de bicicleta para se deslocar pode ser tanto uma escolha de mobilidade quanto uma mudança no estilo de vida. De acordo com o autônomo Leonardo Nobre, de 20 anos, os benefícios vão além dos aspectos físicos. O alívio do estresse também veio com o uso da bicicleta. Apesar de todos os perigos que envolvem o trajeto, ele ainda acredita que vale a pena pedalar pela melhora na saúde mental. Viena Sales, 22, também diz que não troca a “tranquilidade” que sente ao andar de bike por nada, mesmo reconhecendo que às vezes o ônibus é mais rápido. 
 
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5. Sem conta de gasolina e de passagem no orçamento

Com os combustíveis chegando a preços recorde e a passagem de ônibus acompanhando, a bicicleta se torna um meio para gastar menos. Viena Sales, que costuma utilizar a bicicleta, ainda não tinha se deslocado de ônibus depois do aumento da passagem e se surpreendeu com o preço. “Fiquei passada. A gente vai trabalhar só para pagar passagem de ônibus?”, indaga. A taxa do transporte público deixou de ser um problema também para Maria Vitória. Ela diz que tem benefícios financeiros mesmo tendo que arcar com manutenção do equipamento.

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