Participamos do

Tutora chegou a passar a noite na calçada onde filhote de Chow Chow desaparecida foi vista

Entenda a corrente do bem que mobilizou os cearenses em busca da cadelinha que fugiu de casa e se perdeu na mata
16:25 | Ago. 07, 2018
Autor Jéssika Sisnando
Foto do autor
Jéssika Sisnando Repórter
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

[FOTO1]

Thicianny Castelo, tutora do filhote de Chow Chow de aproximadamente oito meses, que fugiu de casa no dia 30 e foi encontrado seis dias depois, na mata do Parque do Cocó, explica a peregrinação que passou até que Ronda fosse encontrada. A entrevista foi nesta terça-feira, 7.


Ela explicou que, por volta das 20 horas, saiu com os pais e duas irmãs. "Fomos à missa e jantar fora. Era aniversário da minha mãe. Meu irmão ficou se arrumando e ia buscar a namorada, mas quando ele saiu apressado deixou o portão (automático) fechando", relata. Thicianny disse que acredita que Ronda foi para a calçada.

Na terça-feira, 31, ela recebeu a ligação de uma moça que disse que viu o filhote. Ela foi até o local, solicitou imagens de câmeras de segurança e constatou que Ronda havia passado pelo local 6h30min. "As pessoas ficaram com medo de pegá-la e me falaram que ela seguiu sentido Iguatemi. Duas amigas que são da Polícia Militar me ajudaram bastante. Uma foi comigo em toda trilho e terrenos próximos", explica.

[FOTO2]

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Outra amiga falou com uma tenente da Polícia Ambiental, que se prontificou a acompanhar. Já na quinta-feira, 9, Thicianny entregava panfletos em busca de Ronda, quando um moço gritou que ela estava dentro da mata e apontou para as proximidades de uma parada de ônibus. 


"Sábado, por volta das 5h40min, uma das voluntárias (que ajudavam a procurar o filhote) a viu de pertinho. E quando tentou pegar, ela correu. Passei a noite acordada e sentada sozinha na calçada onde onde ela foi vista", relata.

Por volta das 5h35min, ela saiu da mata para comer.  "Reunimos 50 pessoas para entrar lá. Os meninos quase conseguiram pegar, mas ela se rastejava. A gente ia entrando com facões e abrindo caminho. E vimos que não iríamos conseguir pegar", relata.

[FOTO3] 

Conforme a tutora, uma das voluntárias falou com Márcio Sousa, presidente da Sociedade Protetora dos Animais, que entrou no mato e acionou o Corpo de Bombeiros. "Antes disso, o Corpo de Bombeiros disse que não entraria em mata para resgatar animais, só pessoas, drogas e armas, que os cães são treinados para isso. Foi muita ligação até o Márcio conseguir", descreve.

Um grupo de WhatsApp chamado 'Unidos pela Ronda' foi criado, e lá as pessoas enviavam mensagens positivas. A tutora explica que depois que o presidente da SPA conseguiu com que o Corpo de Bombeiros entrasse na mata, em 38 minutos Ronda foi resgatada. "Naquela hora eu me tremia tanto, que não sentia minhas pernas, acho que minha alma foi ao encontro de Deus. Eu desmoronei", desabafa. 

 

Indagada se em algum momento imaginou que não encontraria Ronda, ela diz que não. "Nunca. Eu passaria o resto da minha vida indo naquela rua todos os dias. Nem que fosse só para ver de longe. Recebi muitos trotes e em todos eles eu dizia para a pessoa: que Deus te abençoe e me livre de toda negatividade. Porque a gente oferece o que tem no coração", finalizou.  

 

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente