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Sindicato dos Médicos diz que HGF restringe atendimentos por superlotação; hospital nega

Conforme o sindicato, o HGF, considerado referência com relação à assistência de alta complexidade, estaria restringindo atendimentos para casos com risco de morte devido à superlotação
11:50 | Ago. 17, 2018
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Tipo Notícia
Atualizado em 17/08/2018, às 13:41
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Segundo o Sindicato dos Médicos do Ceará, o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) se encontra em situação de superlotação, chegando a restringir atendimento a pessoas com risco de morte. O sindicato afirma que notificou a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec) e a Direção da Divisão Médica do HGF, após ter tomado conhecimento da situação por meio de um memorando interno do próprio hospital.

O HGF é atualmente referência no Norte e Nordeste com relação à assistência de alta complexidade. Conforme o Memorando nº 30/2018, citado pelo sindicato, o hospital solicitou que fosse restrito o “atendimento da emergência exclusivamente a pacientes vermelho de demanda espontânea”, considerados pacientes em estado gravíssimo, com necessidade de atendimento imediato e risco de morte. 

[FOTO2]“Considerando a superlotação da emergência nos últimos dias; considerando que estamos trabalhando muito além da nossa capacidade; considerando que hoje (dia 7 de agosto) temos cerca de 167 pacientes na observação 1(corredor) (...) solicito que seja restrito o atendimento da emergência exclusivamente a pacientes vermelho de demanda espontânea”, informa o memorando. O documento destaca que a unidade conta com 274 pacientes em leitos cadastrados e não cadastrados da emergência, um número muito maior que a capacidade da estrutura para que seja prestado um bom atendimento. 

Ao ser procurada pelo O POVO Online, a assessoria de comunicação do HGF negou as acusações e informou que "o serviço de emergência funciona 24 horas e a rotina de atendimento ocorre normalmente". "Com a classificação de risco (Protocolo de Manchester), pacientes com quadro de urgência e mais graves são atendidos mais rapidamente", disse, em nota. 
 
[FOTO3]O POVO Online também entrou em contato com o Sindicato dos Médicos do Ceará para saber mais sobre como eles conseguiram as informações, e averiguar o documento citado na denúncia. Em entrevista, o presidente do sindicato, Edmar Fernandes, disse que soube da situação por meio de várias denúncias de médicos que trabalham no hospital.
 
Afirmou ter um papel assinado pelo diretor do hospital autorizando a restrição do atendimento. Imagens do documento foram enviadas à reportagem. Segundo ele, o Ministério Público ainda não foi acionado, mas será se o cenário no hospital não for regularizado para "salvar a vida desses pacientes". 
 
Questionada sobre a veracidade do memorando apresentado pelo sindicato, a assessoria do HGF disse que não seria necessário ver a foto do documento e que o posicionamento do hospital ficaria mantido.
 
O Cremec também foi contatado pela reportagem. A assessoria informou que chegou a eles um documento do sindicato informando sobre a situação no HGF e que o conselho se reunirá na tarde desta sexta-feira, 17, para discutir o assunto, sendo possível uma manifestação da instituição sobre a situação. 
 

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