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Motoristas de aplicativo definem casos de estupro como "fato isolado"

Após a repercussão da série de reportagens do O POVO, motoristas relatam desconfiança e medo por parte dos usuários da plataforma e pedem apoio da população
11:09 | Ago. 21, 2018
Autor O POVO
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Tipo Notícia
[FOTO1]A série de reportagens do O POVO que denunciou o motorista Patrick Gomes do Nascimento, cadastrado no 99Pop com dados falsos para cometer estupros contra passageiras, causou reação nos usuários de aplicativos de transporte individual. Diante da “discriminação”, motoristas da plataforma entraram em contato com o O POVO Online para se posicionarem sobre o assunto. Eles definem o escândalo como um “caso isolado” e pedem apoio da população.

O motorista de aplicativo Júnior Oliveira, 31, líder de um grupo de mais de 500 motoristas, falou pela equipe à reportagem. “O que na verdade tá acontecendo é uma forma de discriminação, foi um caso isolado, que acontece em todas as profissões”, defende. Ele diz que o movimento de passageiros no aplicativo continuou o mesmo. O que muda é a desconfiança e o medo. “A gente pede que a população não tenha medo de andar com a gente. A grande maioria dos parceiros da 99Pop e da Uber são pais de família, saem de casa cedo para trabalhar e prestar um serviço para a população”, diz.

[SAIBAMAIS]Ele conta que, quando entrou no aplicativo, em outubro de 2017, teve que fazer vistoria no carro presencialmente. Como forma de fazer que seus passageiros, sobretudo as mulheres, se sintam mais seguros, procura atualizar com frequência sua foto de perfil, entrar em contato com o usuário antes de chegar no local de partida e se identificar, falando o nome do passageiro e o destino antes que ele entre no carro. Além disso, deixa que o usuário escolha o melhor trajeto e sentar no banco de trás ou da frente. Júnior explica que isso é uma orientação repassada a todos os motoristas, sobretudo os do grupo que administra.

Júnior considera que, além das medidas de segurança já anunciadas pela 99Pop na última segunda-feira, os aplicativos de transporte individual precisam ter mais critério na criação de contas de novos passageiros. “(As empresas) esquecem dos inúmeros casos de assaltos que nós temos a motoristas de aplicativo”, afirma. Ele relata que, sendo motorista de aplicativo, já passou por uma situação perigosa de levar passageiros armados que iam cobrar dívidas de droga. 

“A gente enfatiza mais uma vez: foi um fato isolado, não condiz à realidade do sistema do aplicativo”, reitera. “Nós sentimos muito por isso (casos de estupro por falso motorista de aplicativo), mas pedimos que a população fique do nosso lado”. 
 
Redação O POVO Online 

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