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Comando da PM apura represálias contra policiais após reportagem sobre árvores cortadas em quartel

Durante solenidade, o comandante da Cavalaria teria ameaçado transferências e chamado a tropa de "terceirizada". Comando da PMCE apura o caso e diz que não compactua com esse tipo de atitude
17:44 | Ago. 28, 2018
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O Comando da Polícia Militar (PM) do Ceará divulgou que vai apurar represálias contra praças do Regimento de Polícia Montada (RPMont), também conhecido como Cavalaria da PM, após notícia publicada pelo O POVO Online sobre o corte de árvores no quartel da unidade militar. A matéria veiculada no último 18 apontava o corte de aproximadamente 15 plantas. A reportagem apurou que o comandante da Cavalaria estaria pressionando os policiais afirmando que a denúncia partiu da tropa.

 

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Nesta terça-feira, 28, durante uma solenidade de formatura, o oficial teria chamado o grupo de "terceirizado" e ameaçou transferir os PMs. Em outra situação, ele teria sugerido que os policiais que estivessem insatisfeitos pedissem a transferência.

 

Por meio de nota, a PM do Ceará informou que vai apurar a veracidade da situação que teria acontecido durante formatura de policiais e ressaltou que não compactua com esse tipo de atitude. "O comando da PMCE adotará as medidas necessárias a fim de averiguar a veracidade do referido caso", informou por meio de nota.  
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Na reportagem publicada no dia 18, O POVO Online apurou que o corte das árvores foi motivado a partir de um projeto para reforma de uma calçada. No entanto, além da questão ambiental, o corte afetou os policiais que utilizavam a sombra das árvores para realização do tratamento.

 

Especialista

O pesquisador e colunista de Segurança Pública do O POVO, Ricardo Moura, classificou a ação no contexto atual dos agentes de segurança. Na quinta-feira, 23, três PMs foram executados na Vila Manuel Sátiro, dois dias depois um policial foi mantido sob o poder de criminosos e baleado no Genibaú. Ainda nesta semana houve o registro de um major da PM que deixou a própria residência após pichações com ameaças de criminosos no muro condomínio. O oficial levou a família para fora da Cidade.

"Estamos vivendo um momento que o crime organizado está partindo para cima e é importante que os militares e soldados sejam ouvidos. Ser PM no Ceará é um trabalho bastante duro e que representa um risco de morte. Houve um atentado grave e a gente não pode menosprezar. E a instituição precisa ter essa flexibilidade para dar conta das demandas novas que precisam ser incorporadas", relatou.

O especialista lembra que a insatisfação causada pela falta de flexibilidade foi o que causou a paralisação dos PMs em 2011.

O titular da Segurança de Secretaria Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, após assumir a pasta, lançou uma série de ações para fortalecer o diálogo entre os agentes da segurança e a SSPDS. Um número de WhatsApp para demandas internas foi disponibilizado, além de projetos para acompanhamento psicológico dos agentes. O secretário da Segurança participa das operações e colhe sugestões de policiais. 

 

Comando da PMCE

Em nota, o Comando da Polícia Militar afirmou que adotará as medidas necessárias para averiguar a veracidade do caso e que não apoia esse tipo de atitude. "O comando da corporação é pautado dentro do respeito, do diálogo e da transparência dos fatos e que de forma alguma comunga com esses tipos de atitudes", informou. 

 

   Redação O POVO Online  

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