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André Costa: "Mais que outros casos, mortes de policiais não podem ficar sem resposta"

Três policiais foram assassinados nessa quinta-feira, 23. Para o secretário da Segurança Pública, é preciso concentrar mais atenção nos crimes contra agentes de segurança
22:45 | Ago. 24, 2018
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia
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André Costa, titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), afirmou nesta sexta-feira, 24, que, "mais que outros casos", homicídios de policiais não podem ficar sem resposta. Ele afirma que políticas adotadas pelo Estado do Ceará, como a criação da única delegacia especializada em crimes contra policiais do País, refletem na redução de 62% de mortes em relação ao ano passado. Três policiais militares foram mortos a tiros na tarde dessa quinta-feira, 23, no bairro Vila Manuel Sátiro, em Fortaleza.
 
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De acordo com o secretário André Costa, a preocupação inicial após a ocorrência, segundo ele, foi prestar "todo apoio necessário" às famílias das vítimas. "Morte de policiais é um problema sério no País. São cerca de 300 mortes ao ano", diz. "Aqui no Ceará, desde o início adotamos políticas de forte proteção ao policial, ouvindo as necessidades deles".

"Todo homicídio a gente apura a fundo, mas claro que a gente dá atenção especial no homicídio contra o policial. Existe um movito pra isso. O policial é o escudo que separa o bandido do cidadão de bem. Na hora que esse escudo é derrubado, a cidade está desguarnecida. Por isso, uma delegacia específica pra isso", explica. "Mais que os outros casos, esses não podem ficar sem respostas. E são respostas rápidas. Justiça tardia não é justiça".

A 11ª delegacia da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi criada em maio de 2017 com seis policiais. Hoje, conta com o dobro de efetivo, sendo a única delegacia da divisão a ter dois delegados. Em 2017, a delegacia contou com 82% de resolutividade. Este ano, com incremento do efetivo, a resolutividade chega a 91% dos casos.

André Costa afirma que, em 2017, quase a totalidade dos policiais mortos estavam de folga. Parte deles estariam trabalhando em "bicos", fora da corporação. "O policial é treinado para trabalhar em equipe, e em bicos eles muitas vezes trabalham sozinhos", expõe. De acordo com o secretario, a saída encontrada pelo Estado foi reajuste no pagamento das horas extras. Antes, segundo ele, um policial recebia R$ 5/hora. O valor teria subido para R$ 20/horas. Para a Polícia Civil, o limite desse valor mensal aumentou de R$ 480 mil para R$ 700 mil, informou Costa. Na Polícia Militar, ainda segundo o secretario, esse valor subiu de R$ 600 para R$ 4 milhões.
 
"Essas mortes que aconteceram ontem e todos os outros policiais que tombaram e perderam suas vidas aqui por conta desses atos criminosos e covardes, nenhuma dessas mortes será em vão. Ninguém da parte da polícia tá de cabeça baixa, ninguém vai cruzar os braços", desabafou. "Aqui nós somos uma família policial, e como toda família passa por momentos difíceis. Esses momentos difíceis acontecem pra que a gente passe por reflexão e união também". 

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