Participamos do

Guarda Municipal diz que agressão a taxista foi motivada por desacato e incitação à violência

Taxista de 44 anos foi baleado com tiros de borracha há uma semana. Ainda da ação, resultaram hematomas de coronhadas e tapas
22:17 | Mai. 03, 2018
Autor Lucas Braga
Foto do autor
Lucas Braga Repórter do O POVO Online
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

O taxista Lúcio Flávio Alcântara Rebelo Júnior, de 44 anos, detido na última quinta-feira, 26, teria sido agredido por guardas municipais de Fortaleza (GMF) por "desacato aos agentes, resistência à prisão e incitação à violência". O caso aconteceu na região da rua José Avelino, de onde feirantes foram expulsos no ano passado. Em resposta à matéria publicada pelo O POVO Online nesta terça-feira, 1º, a Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (Sesec) refutou a versão do taxista.

 

[FOTO1]

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

"Os guardas municipais prestavam apoio à equipe de fiscalização da Prefeitura, no Centro de Fortaleza, quando se verificou um tumulto nas imediações da rua Sobral, na madrugada do último dia 26", continuou a nota da Sesec, dizendo que Flávio não obedecera à ordem de retirada do táxi da via e recusando-se ainda apresentar sua documentação.

 

[SAIBAMAIS] 

Ao O POVO Online, a versão dada pelo taxista contradiz a nota da Secretaria. "Eu disse várias vezes que os documentos estavam no carro, mas eles (guardas) nem me deixavam pegar. Eles me chamavam de bandido, traficante, veado. Eu disse que era trabalhador e que eles não deviam atirar aleatoriamente. Meteram a 'peia' em mim e ameaçaram quebrar meu braço pra me algemar”, relatou.

 

"Apesar da resistência à prisão, ele foi conduzido à Delegacia de Polícia da área, onde foi autuado com um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), por desacato, resistência e incitação à violência. O referido taxista também teve o veículo removido, devido às irregularidades na documentação", finalizou a nota. No mesmo dia da agressão, porém, familiares de Flávio conseguiram reaver o veículo em pátio da Prefeitura. A Sesec não especificou as irregularidades apontadas.

 

Flávio contou que acabara de ajudar uma passageira, vinda do Jardim das Oliveiras - que tem box na região da José Avelino -, a descarregar a mercadoria do táxi. Há a hipótese de ele ter sido confundido com feirante enquanto descarregava o carro. Tiros de bala de borracha o acertaram na perna e nas costas. A cliente do taxista não foi agredida. Leia mais aqui.

 

A GMF informou ainda ter setor de Ouvidoria independente que recebe denúncias, sugestões e elogios sobre a atuação de seus agentes públicos. O contato pode ser feito presencialmente na Avenida dos Expedicionários, 5571, Vila União; pelo telefone 3223.6365 ou ainda pela internet, através do Canal Segurança Cidadã, no Portal da Prefeitura de Fortaleza: seguranca.fortaleza.ce.gov.br.


Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente