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Estudante cearense descobre meios de amenizar a poluição após acidente de laboratório

Após descoberta, ela apresentou suas pesquisas na maior feira de ciências do mundo e foi premiada
12:50 | Mai. 23, 2018
Autor Izadora Paula
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Izadora Paula Estagiária do portal O POVO Online
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Tipo Notícia
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Aluna do Instituto Federal do Ceará (IFCE) descobriu, depois de acidente, um elemento para evitar o vazamento de óleo em navios petroleiros e uma forma de reciclar o isopor totalmente. As informações são do site TecMundo.

Myllena Alves, de 19 anos, é aluna do IFCE e relatou que, após deixar um material na estufa do laboratório quando fazia um exercício prático com polímeros, se distraiu e, quando se deu conta, viu que a estufa estava pegando fogo. “Eu levei o material em chamas rapidamente para a pia e, quando joguei água, eu causei um choque térmico, e isso gerou uma superfície lisa no recipiente do material, que eu agora chamo de cristal liso”, contou a estudante.

Ela recebeu uma suspensão de 30 dias, nos quais ficou proibida de usar os laboratórios. Ela utilizou esse tempo para aprender mais sobre os polímeros e alguns problemas relacionados a eles.

Quando pôde voltar ao laboratório, ela percebeu que os tais "cristais lisos" repeliam líquidos e imaginou que poderia usá-lo para evitar o vazamento de óleo de navios petroleiros. Segundo os testes dela, o material realmente funciona para esta finalidade.

Com um outro procedimento, Myllena também conseguiu transformar o isopor em um material que pode ser reciclado em sua totalidade. Ela fez uso de um processo de decomposição bacteriano após transformar o isopor em um material cristalino, mas poroso.
 
Onde antes as bactérias levariam mais de 150 anos para devorar o isopor tradicional, elas passaram a levar apenas sete meses para fazer o mesmo com os cristais porosos. Será possível recolher isopor descartado incorretamente no meio ambiente, ou mesmo fazer uma coleta seletiva do material nas cidades para reciclá-lo totalmente.

Myllena apresentou seu trabalho na Intel ISEF 2018 (a maior feira de ciências do mundo), que aconteceu em Pittsburgh, EUA, na última semana. Ela recebeu dois prêmios especiais na feira, tendo sido convidada a estudar em duas universidades norte-americanas (Universidade do Arizona e Universidade Estadual do Arizona) diferentes com bolsas integrais.
 
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Em conversa com O POVO Online, Myllena falou sobre a emoção de ter participado da maior feira de ciências para jovens do mundo. "São mais de 81 países presentes, são culturas distintas, costumes e posturas surpreendentes, e todos estão ali apenas com um propósito: divulgar ciência! Emoção maior do que tudo isso, foi a sensação de subir duas vezes naquele palco" relatou ela, se referindo à Intel ISEF 2018.

"Era uma sensação de felicidade junto com dever cumprido, além da emoção em saber que estava subindo naquele palco representando não apenas a minha cidade ou escola, mas sim o Brasil" completou ela.

Sobre as bolsas de estudos que lhe foram oferecidas, Myllena disse já ter se decidido pela bolsa da Arizona State University, onde o prêmio consiste em 4 anos integrais e um prêmio monetário. Ela escolheu a universidade pública por ser mais reconhecida e por acreditar que teria mais oportunidades. 

A estudante do curso técnico em Meio Ambiente, do campus do IFCE de Limoeiro do Norte, ainda não escolheu o curso, mas disse que pretende buscar algo na área da pesquisa que ela já fez, para que tenha a chance de desenvolvê-la mais.
 
 

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