Participamos do

Réu no caso Dandara diz que esse não é o exemplo que quer passar para o filho

15:04 | Abr. 05, 2018
Autor Rubens Rodrigues
Foto do autor
Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
Os cinco acusados do assassinato de Dandara dos Santos foram interrogados nesta quinta-feira, 5, no Fórum Clóvis Beviláqua. Os três primeiros assumiram o crime. O quarto ouvido, Isaías da Silva Camurça, diz que a denúncia tem informações verdadeiras e falsas. Interrogatório terminou às 13h50min.
[FOTO1] 
Conhecido como "Zazá", o réu começou a ser ouvido às 12h30min. Ele contou que estava indo ao Centro de Fortaleza quando se deparou com o tumulto e parou para entender. É ele quem aparece no vídeo que viralizou após a morte de Dandara falando "a mundiça tá de calcinha e tudo".

"Sinceramente, ninguém merece passar pelo que ela passou", disse, após confirmar sua fala no vídeo. Ele continua dizendo que não sabia que a vítima seria morta, mas saiu do local com remorso, por volta das 15h30min, e só retornou à noite, quando a Polícia e a Perícia Forense estavam no local.

[SAIBAMAIS]No fim do depoimento, Izaías apelou ao juízes que o caso fosse analisado. "A justiça tem que ser feita, mas para quem fez algo errado. Confesso que falei aquilo por impulso, mas não foi isso que causou a morte da Dandara", afirmou. 

Pai de uma criança de três anos, Isaías da Silva Camurça responde por homicídio e passou cinco anos preso. Ele estava solto há um ano. "Gostaria de cuidar do meu filho porque esse não é o exemplo que eu quero pra ele". Ele afirmou também que não fez nada para evitar o crime por medo de sofrer represália.

Francisco Gabriel Campos dos Reis foi o quinto interrogado, às 13h10min. Após intervalo para almoço, o julgamento foi retomado às 14h40min para debates de até 2h30min de duração. Na sequência, pode haver réplica e tréplica de até 2 horas para ambos os lados.

O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais faz a acusação com o assistente Hélio Leitão. De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de Ceará, as defesas estão a cargo dos advogados Pedro Henrique Bezerra dos Santos (acusado Francisco José), André Luiz Barros Rodrigues e Wedla Oliveira Godinho (acusado Isaías da Silva) e pelos defensores públicos Carolina Bezerril da Fonte Reis e Francisco Firmo Barreto de Araújo (para os demais réus). 

Os réus respondem por homicídio triplamente qualificado, com motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de corrupção de menores. (Colaborou: Thiago Paiva)
 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente