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70 policiais atuaram na operação que prendeu seis pessoas por fraudes

Operação Espectro envolveu 70 policiais atuando em Fortaleza, Caucaia e São Gonçalo do Amarante
15:15 | Abr. 19, 2018
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Seis pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 19. O grupo é acusado de fraudar o Benefício Assistencial ao Idoso, pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Até agora, os investigadores conseguiram identificar R$ 4 milhões obtidos de forma ilegal pelos operadores do esquema. Contudo, a estimativa é de que o valor possa dobrar com informações colhidas após as detenções. 

Além de quatro mandados de prisão preventiva e um temporária, a PF cumpriu ainda ordens de busca e apreensão contra bens dos envolvidos. Uma pessoa também foi presa em flagrante com equipamentos para fabricação de documentos falsos. Dois suspeitos conseguiram fugir. A Operação Espectro envolveu 70 policiais atuando em Fortaleza, Caucaia e São Gonçalo do Amarante. 

[QUOTE1]Espectro

O nome é em razão ao modus operandi da organização, que criava “fantasmas” para retirar os recursos. Conforme explicou a delegada da Polícia Federal líder da operação, Adriana de Araújo Correia, os suspeitos fabricavam certidões de nascimentos em nomes fictícios e conseguiam solicitar outros documentos à União

“Era difícil detectar porque os documentos usados nas fraudes eram verdadeiros. Eles tinham todos os requisitos necessários. Uma das coisas que colocamos na representação é que eles tinham mais facilidade de conseguir os benefícios que uma pessoa comum, porque conseguiam fabricar os requisitos formais”, disse a delegada. Ela descartou a participação de servidores públicos do esquema. 

[SAIBAMAIS]Salário mínimo

Com os nomes fictícios validados por documentos originais, integrantes do grupo solicitavam o benefício. O recurso de um salário mínimo mensal é concedido a pessoas com deficiência e a idosos com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família. Neste caso, o solicitante não precisa ter histórico de contribuições para a Previdência Social. 

“Pessoas fictícias se multiplicaram de maneira exponencial e cada pessoa (do grupo) conseguia ter várias identidades”, explicou Adriana. A suspeita é de que a quadrilha começou a agir em 2009, e havia pelo menos 59 benefícios já fraudados e recebidos pelos suspeitos. Desse total, 37 estavam ativos atualmente solicitando a renda.

[FOTO2]Quadrilha

O grupo se organizava em células. Alguns cuidavam da fabricação documentos, outros arregimentavam pessoas, enquanto parte da quadrilha ia até os órgãos públicos. Havia ainda aqueles responsáveis por coordenar as ações e receber os valores. 

Conforme a delegada responsável pela operação, uma dos núcleos era formado por pessoas da mesma família. “Os pais iniciaram e os filhos seguiam. Esse núcleo se sobressaía. (Eles) conseguiram o maior patrimônio e os maiores lucros”, disse. Ela explicou que as investigações apontaram evolução patrimonial significativa. “Saíram da periferia e estavam vivendo na Aldeota, em prédios com um apartamento por andar”, revelou. 

Autuação

Todos os envolvidos serão autuados por estelionato qualificado e formação de quadrilha, além de fabricação e uso de documentos falsos. Eles serão investigados por lavagem de dinheiro. A pessoa presa em flagrante deve responder também por fabricação de documentos falsos. De acordo com as delegadas, a maioria das pessoas presas já respondeu processo por falsificação. 

A PF não divulgou o nome dos presos.

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