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Em menos de 5 meses, duas pessoas são feridas por tiro acidental na Academia de Segurança Pública

Denúncias apontam que instrutores não possuem o curso de instrutor de tiro. Já a Aesp diz que profissionais possuem "qualificação na área". Último curso teria sido em 2009
17:30 | Mar. 08, 2018
Autor Jéssika Sisnando
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Jéssika Sisnando Repórter
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Tipo Notícia
Em menos de cinco meses, duas pessoas foram feridas por tiro acidental dentro da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), sendo um dos casos no dia 26 de outubro do ano passado. Um soldado da Polícia Militar do Estado do Ceará saiu ferido. Já no dia 2 de março deste ano, uma aluna do curso de formação profissional para soldado da Polícia Militar foi atingida durante treinamento.

Uma fonte ligada à Secretária da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirmou que a instrução de Técnica Policial Militar não deveria ser feita com uma arma real. "Sabemos que não existe uma avaliação dos instrutores feita pela Aesp. Mesmo ocorrendo o acidente de tiro no final de outubro dentro da reserva de armamento da academia e entre instrutores de tiro, a direção continua não se preocupando com o Tiro Policial Defensivo.

"Uma disciplina que sempre foi almejada por tantos instrutores, e alcançada por poucos, hoje se torna uma das disciplinas mais preocupantes. Muitos policiais sem a devida qualificação assumem funções que não deveriam", ressalta. De acordo com a fonte, a direção permite policiais sem o curso de instrutor de tiro.

"Policiais que se dizem instrutores sem ter o curso de instrutor de tiro. Os instrutores podem ser formados pelas próprias instituições ou até mesmo pela SSPDS. O último curso foi em 2009. A regra é clara: uma instrução de Tiro Policial Defensivo só pode ser ministrada pelo agente que tiver o devido curso de formação de instrutores de tiro. Sendo que cada instrutor deve ser avaliado pela instituição para que possa exercer sua função nas instruções institucionais", explica.

A fonte diz que o coordenador da sessão de Tiro Policial cautela centenas de armas em seu nome e "leva nas costas, junto com a pequena equipe, uma instrução que envolve mais de 100 armas e mais de 10 mil disparos efetuados pelos alunos em formação", alerta.

Conforme a fonte, as preocupações não são com o teor técnico. "Punir instrutores que façam alunos pagarem flexão, proibir as canções da Polícia Militar nas instruções, cuidar da casinha do mascote da academia, o Ximbaiô, manter a máquina de cortar gramas da academia funcionando", pontua.

Aesp
A Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE) informou, por meio de nota, que os incidentes ocorridos na Instituição envolvendo arma de fogo foram devidamente comunicados aos órgãos competentes e que foi registrado inquérito policial para apuração, e que nos dois casos a instituição de ensino prestou toda a assistência necessária às vítimas.

Conforme o órgão, a aluna do curso de formação profissional para o cargo de soldado da Polícia Militar do Ceará atingida na última sexta-feira,2, está em período de recuperação pós-cirúrgico. "Desde o ocorrido está sendo acompanhada pela direção da Aesp", divulgou. Em relação ao soldado ferido acidentalmente durante os procedimentos de inspeção e recolhimento dos armamentos, a Aesp informou que o agente recebeu alta hospitalar no mesmo dia e que exerce normalmente suas funções na Aesp, estando totalmente recuperado.

O órgão ainda informou que todos armamentos que estão sob a responsabilidade da Aesp para uso durante as instruções recebem manutenção periódica. "Todos os instrutores de tiro policial possuem qualificação na área. Além disso, a Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE) promove regularmente treinamentos de nivelamento de conhecimento para todos os professores de disciplinas práticas, incluindo os instrutores de tiro policial defensivo", finalizou.

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