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Advogado de "Cláudio Boy" diz que cliente começou a morar em Fortaleza para "mudar de vida"

A defesa de Claudiney Rodrigues de Souza nega vínculo do cliente ao PCC
21:50 | Fev. 22, 2018
Autor Jéssika Sisnando
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Jéssika Sisnando Repórter
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Tipo Notícia

[FOTO1]O advogado Ramon dos Santos, que presta serviços a Claudiney Rodrigues de Souza, de 36 anos, o "Cláudio Boy", preso pela Polícia Federal na última segunda-feira, 19 e apontado como um dos membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), diz que seu cliente fugiu para Fortaleza para "mudar de vida". O jurista diz que "Cláudio Boy" não possui vínculo com o PCC e não conhece os líderes da organização criminosa, Rogério Jeremias de Simone, o "Gegê do Mangue", e Fabiano Alves de Souza, o "Paca", que foram mortos na reserva índigena de Aquiraz.

A defesa alega que as pessoas que fazem parte do PCC não podem falar que não pertencem da facção e que sofrem represálias caso neguem o envolvimento. Ramon dos Santos relata que "Cláudio Boy" não faz parte da organização e que foi rotulado como integrante do PCC depois que um policial civil foi baleado por um membro da facção no mesmo bairro em que ele morava.

Conforme a defesa, Cláudio foi condenado pelos crimes de homicídio e tráfico internacional de drogas na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, e teve direito a uma saída temporária, mas não voltou para a cadeia. "Ele mudou de vida. Ele teve uma vida diferente em Fortaleza. Tudo o que acontecia no local onde ele morou, em Belo Horizonte, foi sendo colocado na conta dele. Ele tem processos que sequer foram citados para se defender", relata. "Cláudio Boy" teria dito ao advogado, após ser preso, que estava "tirando um peso das costas", pois agora poderia se defender. "
[SAIBAMAIS]
"As viagens que ele fazia a turismo, falaram que ele era traficante internacional. Falaram que ele estava fugindo daqui e tinha participação das mortes e a própria Polícia vai perceber que ele não tinha participação nenhuma. Não estou dizendo que ele é inocente, ele tem pena de seis anos para cumprir, cumpriu uma parte, ganhou o benefício de uma saída temporária e foi embora, mas ele veio para mudar de vida", relata.

Ramon diz que, em Fortaleza, Cláudio fez amizades com pessoas honestas e que não queria ser descoberto. Na Capital cearense, ele era proprietário de uma loja e, segundo o advogado, permaneceu na cidade durante aproximadamente seis anos sem cometer crimes. Durante a viagem de avião que ele foi preso, o advogado diz que Cláudio estava apenas com uma mala de mão e que era uma viagem de trabalho que ele fazia com um funcionário. Ao chegar em Fortaleza para verificar se havia alguma investigação sobre "Cláudio Boy", o advogado descobriu que não há investigação em curso no Ceará e que o levantamento é da Polícia de Belo Horizonte. 

 

PF 

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Em nota, a Polícia Federal divulgou que Claudiney foi preso quando desembarcava no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Contra ele há, pelo menos, sete mandados de prisão em aberto, expedidos pelas 1ª e 3ª varas de Tóxicos e pelos I e II Tribunais do Júri, todas da Comarca de Belo Horizonte. 

 

"Cláudio Boy", conforme a PF, responde pelos crimes de homicídio e tráfico internacional de drogas, além de ser um dos braços do PCC em Minas Gerais. Existem suspeitas que ele seguia atuando em operações relacionadas ao tráfico de drogas, mesmo procurado.  (Colaborou Sara Oliveira) 

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