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Suspeita de receptação afirma ao ser liberada após fiança: "Paguei três mil"

"Eu nem tenho nem medo de ser presa aqui e vir pra essa delegacia. Aqui, só a semana passada, eu vim sete vezes", diz a suspeita que era ouvida no 13º DP. A entrevista foi gravada
13:02 | Jan. 15, 2018
Autor Jéssika Sisnando
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Jéssika Sisnando Repórter
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Tipo Notícia

Atualizada às 19h13min

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Nesta segunda-feira, 15, a equipe de reportagem do O POVO Online esteve no 13º DP (Cidade dos Funcionários) no intuito de apurar a prisão de quatro pessoas por roubos a residências. O caso aconteceu na última sexta-feira, 12. No entanto, Jasmileny Ribeiro Duarte, 21 anos, uma das pessoas presas na sexta, que foi presa por receptação, estava na delegacia para prestar depoimento. Ela relatou que havia sido liberada no mesmo dia, mediante o pagamento de fiança. A mulher, que diz ser namorada de um dos envolvidos no crime, relata que não tem medo de ser presa no 13º DP e que sempre paga fianças. A entrevista foi gravada.

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"Não estou presa, fui presa só no dia, na sexta-feira (12) e paguei fiança. Vim aqui hoje para responder outras coisas. Paguei R$ 3 mil. Eles aqui (13º DP), eu nem tenho nem medo de ser presa aqui e vir pra essa delegacia. Aqui, só a semana passada, eu vim sete vezes. É só dando dinheiro. Eles não prendem, porque eles sabem que eu dou três, quatro cinco (mil)", disse.

Em conversa com O POVO Online, posterior à publicação da primeira versão desta matéria, Jasmileny afirmou que quando usou as frases "paguei R$ 3 mil" e "só dando dinheiro", referiu-se a pagamento à sua advogada para a realização dos trâmites necessários para a soltura. De acordo com a advogada de Jasmileny, esse trâmite é constituído por algumas etapas. Ela disse que os R$ 3 mil foram o total pago à advogada, do qual R$ 312 relativos à fiança.

No depoimento de Jasmileny, ela relata que só conhecia os indivíduos presos " de vista". No documento, ela diz que foi convidada para ir até a casa de um indivíduo e que, ao chegar, sentou na cama e foi surpreendida pelos policiais que entraram na residência e encontraram vários itens provenientes dos assaltos.

Integrante de facção está entre os presos. Segundo o delegado Hélio Marques, os quatro presos são assaltantes de residência e agiam na Cidade dos Funcionários. São suspeito de pelo menos três roubos. Ele relata que um dos presos faz parte de uma facção.

"Estavam vindo do Jardim Violeta, no Jangurussu, para fazer assalto aqui e era a terceira ou quarta incursão que eles faziam. Logo no início da manhã começavam a rodar na rua do bairro", relatou. Segundo o delegado, os criminosos entravam nas casas, ameaçavam as pessoas, trancavam todos no quarto e "faziam a limpa". Em seguida levavam os objetos no carro da vítima.

Na versão original desta matéria, O POVO equivocadamente informou que ela mulher é suspeita de roubo. Ela, na verdade, foi autuada em flagrante por receptação.  Segundo a advogada Luma Maria Marques Cavalcante, sua cliente tem antecedentes criminais. Ela responde por outro crime de receptação, por tráfico de drogas e um furto de energia. Luma, entretanto, trabalha para Jasmileny somente no caso de receptação. Nos outros crimes pelos quais responde, outros dois advogados criminalistas prestam serviços. Nenhum dos casos foi julgado.

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