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Ceará zera fila de espera de transplante de córneas e gera 1.145 doações em 2017

70% das famílias de vítimas de violência que possuem perfil para doação concordam em dar a oportunidade para que a pessoa volte a enxergar
20:10 | Jan. 04, 2018
Autor Jéssika Sisnando
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Jéssika Sisnando Repórter
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Tipo Notícia

O banco de olhos do Ceará, da Perícia Forense (Pefoce), fez com que 1.145 transplantes fossem realizados no ano de 2017. O projeto que começou em 2016, após um ano, conseguiu zerar a fila de espera para receber córneas no estado do Ceará e, agora, realiza doações para outros estados, por meio da fila de espera nacional, do Ministério da Saúde.

A violência que faz com que as vítimas cheguem à Pefoce dão lugar a solidariedade por meio do projeto. Todos corpos que são levados à Perícia Forense são de mortes violentas. Destes, 30% têm perfil para doação. De todos os corpos com perfil para doação, 70% das famílias que são entrevistadas concordam com a doação das córneas. "O cearense tem essa maneira de querer ajudar e entender, mesmo em situação de dor e sofrimento, do gesto de doação", relata.

Segundo o coordenador de medicina legal, Hugo Leandro, que é responsável pelo setor de necrópsia, existe uma parceria com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), e com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). "Quando chega um corpo na Pefoce, na coordenadoria de medicina legal, para ser necropsiado, se apresentar um perfil indicado, verificamos idade, tempo do óbito, causa do óbito, e a equipe entrevista a família sobre a poossiblidade de doação. A familia concordando, a própria Pefoce faz a captação das córneas", diz Hugo.

Uma equipe faz necropsia e uma segunda segunda equipe faz a captação das córneas, explica. No segundo ano do projeto concluído em 2017, o coordenador considera um trabalho exitoso. Ele explica que depois que as córneas são captadas existem estudos para verificar a viabilidade da córnea e um trabalho para afastar doenças infectocontagiosas.

Hugo Leandro explica que a família deve procurar entender o lado humanitário da doação, que possibilita que uma pessoa volte a enxergar por meio de uma doação. "Conseguimos zerar a fila para doação de córneas no estado do Ceará e enviamos córneas para outros estados, isso é coordenado pelo Ministério da Saúde. A fila de doação é nacional.

Caso Stefhani

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Stefhani Brito, de 22 anos, foi morta de forma brutal no primeiro dia de 2018. Em meio a dor e ao sofrimento de ter perdido a filha, a mãe da jovem autorizou a doação das córneas. O POVO Online noticiou o ato de solidariedade na última quarta-feira, 3.  

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