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Caetano Veloso fala sobre a possível candidatura de Guilherme Boulos à presidência

O cantor visitou conjunto habitacional no Jangurussu e fala ainda sobre a atuação do MTST no País
04:40 | Jan. 13, 2018
Autor O POVO
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Tipo Notícia
O cantor e compositor Caetano Veloso fala ao O POVO Online sobre a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e sobre a possibilidade de candidatura à presidência da República do líder nacional do movimento, Guilherme Boulos. Veloso visitou na noite desta sexta-feira, 12, o conjunto habitacional José Euclides, no Jangurussu, que recebeu famílias de militantes do MTST. Confira a entrevista com o cantor:

Como foi a visita ao conjunto habitacional?
Foi muito ilustrativo para mim. Eu estive na ocupação de São Bernardo do Campo (em São Paulo) e aprendi muita coisa. Aqui vivenciei mais coisas, ouvindo as conversas das pessoas que agora têm casa. Fiquei muito impressionado. Acho que essa experiência do MTST e dessas conquistas que ele já fez e dos projetos que tem deveriam ser do conhecimento da maioria dos brasileiros. Há um desprezo injusto em relação a essa questão (da moradia) e ao enfrentamento dela.

O senhor disse que não tinha muito conhecimento da atuação do MTST...
Eu sabia que tinha alguma ocupação em São Paulo, mas era tido pela imprensa como uma ocupação indevida ou algo ilegal. Depois eu aprendi melhor e, vendo de perto, eu aprendi mais ainda. A experiência, a prática da solidariedade e da afirmação de cada indivíduo por conta de sua relação com a coletividade. É muito bom.

Esse tipo de luta tem o que para dizer ao Brasil de hoje?
Quase tudo. Tudo o que está faltando no Braisl de hoje, todos os problemas que nós temos seriam resolvidos com um tipo de consciência como o de dona Mazé (dos Santos, 64 anos, uma das militantes que foi beneficiada com um apartamento no conjunto habitacional).

O senhor tem tido conversas com o Guilherme Boulos (líder nacional do MTST). Ele está sendo cotado como presidenciável. Ele seria uma saída?
Olha, é uma beleza que haja até a possibilidade de uma candidatura do Boulos, porque ele é um sujeito importante. Um amigo meu baiano que mora no Rio (de Janeiro) tinha me falado dele. Ele me disse que achava muito impressionante o modo de ele pensar, a clareza, a responsabilidade, mas eu não conhecia o Boulos pessoalmente. Quando teve um negócio de Diretas Já, me pediram para cantar um show no Rio. Eu nem tava muito nesse negócio de Diretas Já propriamente mas gostei de participar do show na companhia de militantes. Boulos veio de São Paulo e foi a primeira vez que eu estive com ele. Agora quando fui a São Bernardo (do Campo, em visita a ocupação do MTST) estive com ele com mais tempo. Depois ele foi ao Rio e conversamos mais longamente e muita cosia ficou esclarecida para mim. Ele é um sujeito que tem tanto um grau de consciência, de resposabilidade que honra a história politica do Brasil que ele seja pelo menos remotamente sugerido a presidente da República.

Ele sintetiza o que o senhor espera da esquerda de hoje?
Em grande parte sim. Até onde, pelo que sei, tudo o que ele tem dito me parece justo. A questão da esquerda é mais longa, mais complicada, mas nesse ponto que ele está eu acho que a resposta é sim.

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