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Para especialista, crianças menores de 11 anos não devem ter celular

Médico também apontam que uso excessivo de eletrônico pelos pais pode causar agressividade no trato com os filhos
11:59 | Nov. 08, 2017
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O médico pediatra Daniel Becker falou, durante o VII Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, nessa terça-feira, 7, em Fortaleza, que pesquisas apontam que o uso do celular por crianças atrapalha o desenvolvimento da linguagem. Para O evento debateu o tema “Práticas efetivas para uma política integrada”. 
 
Para o especialista, que é professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos criadores do programa Saúde da Família, crianças de até onze anos não deveriam ter o próprio celular e poderiam utilizar o aparelho dos pais, quando monitorados por adultos. 
 
“Antes a recomendação oficial da pediatria internacional era de que crianças até dois anos não deveriam ter qualquer contato com celular ou outros tipos de telas. Hoje isso está flexibilizado e recomenda-se até meia hora de acesso, mas com interação dos adultos”, diz Becker. 
 
“A tela não traz benefícios e atrasa a aquisição da linguagem, a coisa mais importante no desenvolvimento humano. A linguagem nos diferencia dos outros animais. É essencial para a evolução. Aprendemos a falar e a pensar na interação com o outro e isso não acontece com o aparelho, por mais que seja até mesmo um vídeo”, completa o pediatra. 
 
Daniel, contudo, reconhece o caminho sem volta da tecnologia e dá dicas para lidar, por exemplo, com o celular ou a TV. “É importante desligar o eletrônico na hora da refeição, pois é um momento de interação com a família. Outra dica é procurar passar o mesmo tempo que passou no aparelho celular no parque, por exemplo. Não permitir o uso de celular, isso vale para a TV, no quarto e promover o uso perto dos adultos em um ambiente como a sala, sempre em monitoração. São antídotos para uma realidade de nosso tempo. Não podemos proibir, mas moderar”, explica. 
 
O médico também aponta que o uso excessivo pelos pais traz efeitos negativos. “Os pais que usam muito celular costumam ficar desatentos, irritados, agressivos e até pouco afetivos. A grande ameaça para a infância é o uso dos celulares pelos pais”, alerta Becker. 
 
Redação O POVO Online 

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