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Escola no Grande Jangurussu é invadida pela décima vez em 15 dias

O 16º Distrito Policial está investigando o caso. Ninguém foi preso até o momento. A Secretaria Municipal da Educação (SME) informou apenas que a unidade recebeu reforço da Guarda
16:16 | Out. 20, 2017
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia
A Escola Municipal de Ensino Infantil André Luis, localizada na região do Grande Jangurussu, foi invadida nesta madrugada, 20. É a quarta vez nesta semana que a instituição - que também abriga uma creche - é atacada, e a décima neste mês, conforme fontes ouvidas pelo O POVO Online. Alimentos da merenda escolar e material didático foram roubados.

A Polícia foi acionada pouco depois da meia-noite desta sexta, quando um vigilante percebeu a presença de pelo menos um suspeito na entrada da escola. O servidor teria sido lesionado no pulso ao abordar o homem. 

Conforme O POVO Online apurou, na primeira invasão, no dia 6 deste mês, nada foi levado. No domingo seguinte, 8, um grupo quebrou uma parede da escola para conseguir entrar. Desta vez, levaram alimentos, 1.800 fraldas, lençóis e talheres de uso de crianças.
 
Uma das fontes do O POVO conta que, no último dia 13, quando a escola estava fechada após o feriado, a escola foi invadida em dois momentos: no fim da tarde e à meia-noite. Às 3 horas da madrugada do dia 14, outra invasão foi registrada. 

"A Polícia veio à escola todas as vezes, mas antes deles entrarem os homens fogem", diz o entrevistado. "Os invasores entram por um terreno que tem na parte de trás. É notória a fragilidade da creche, e cada vez mais eles estão abordando em horários próximos ao de funcionamento".
 
No último dia 2, uma dia antes da primeira invasão, ocorreu um boato entre alunos e funcionários que um grupo criminoso entraria na instituição para "eliminar" jovens que apoiam uma facção rival. 
 
A direção da escola informou que as aulas foram mantidas nesta sexta-feira, mas os alunos não estiveram presentes no turno da manhã. 
 
Investigação 
 
Com inquéritos já instaurados, o caso está sendo investigado pelo 16º Distrito Policial. O delegado Wilder Brito Sobreira afirma que a equipe do 16º DP fez buscas com apoio da Força Tática (FT) nas comunidas próximas à escola, incluindo na favela da Babilônia, de onde seriam os principais suspeitos.

"É um caso estranho porque todo dia é diferente. Dessa vez, eles destelharam uma sala de aula para entrar. Levaram 10 kg de açúcar, sete pacotes de macarrão, 10 kg de arroz e quatro latas de óleo comestível. É uma ação sistemática", explica.

O delegado esclarece ainda que a teoria sobre vingança de uma facção rival à da área é "boato", mas que todas as hipóteses estão sendo investigadas. "É necessário intensificar o trabalho de inteligência em operações mais cirúrgicas, mais específicas", diz o delegado sem detalhar. 
 
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) adianta que detalhes da investigação "serão divulgados em momento oportuno, para não atrapalhar os trabalhos" da Polícia. No bairro, o policiamento é feito por viaturas do Policiamento Ostensivo Geral (POG) e da FT. Ainda assim, a Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) enviou reforço para a região localizada na Área Integrada de Segurança 07 (AIS 07).

Ainda conforme a pasta, a segurança interna da escola é responsabilidade da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), já que a instituição é municipal. A população pode ajudar os trabalhos da Polícia, que garante o sigilo das fontes, pelos números 181 ou 190.

Em nota, a Secretaria Municipal da Educação (SME) informou apenas que a unidade também recebeu reforço da Guarda, pela Inspetoria de Segurança Escolar, com suporte da célula de Mediação Social da pasta. Questionada pelo O POVO Online, a SME não respondeu sobre vigilância da escola e procedimentos realizados após as nove invasões anteriores. 
 

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