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Artistas criticam projeto de lei cearense que proíbe "ataque" a religiões em arte

Para classe artística, o projeto é um forma de "censura"
15:40 | Out. 04, 2017
Autor O POVO
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[FOTO1] Artistas cearenses reagiram nas redes sociais contra o projeto de lei do deputado estadual Ferreira Aragão (PDT) que proíbe manifestações artísticas que “incentivem práticas criminosas”, com destaque à pedofilia e ao terrorismo, ou que atentem contra a fé e a religião.

No Instagram, o ator Silvero Pereira chamou de “show de horrores” o projeto de lei n.º 265/17, que tramita na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). Diego Salvator, que compõe o coletivo de teatro “As Travestidas”, iniciado por Silvero, também usou a rede de compartilhamento de fotos para criticar o proposta de Ferreira Aragão, que, além de parlamentar, apresenta programa policial na televisão.

“A partir do momento que este projeto de lei for aprovado pelos deputados do Ceará, a arte terá limites para acontecer. Ou seja, a arte será censurada”, escreveu Diego. 
 Para o ator Ari Areia, o projeto, além de “midiático e eleitoreiro”, é inconstitucional e não deve ser aprovado por atentar contra o direito à liberdade de expressão. O ator ainda lembra que os crimes citados no projeto (pedofilia, terrorismo, etc) já são previstos no código penal.

“A função dele é para inflamar uma massa que está indo nesse surto moralista, desse terrorismo moral, que tem sido uma estratégia de mobilizar e manipular a opinião pública contra manifestações artísticas”, critica Ari.


Ao O POVO Online, o deputado Ferreira Aragão afirmou que não quer “deixar acontecer no Ceará o que houve no Rio Grande do Sul”, em referência a exposição Queermuseu. Aragão afirmou ainda que o projeto prevê “apenas” a proibição dos espetáculos que “incentivam à prática de crime” em teatros, museus, cinemas e em prédios públicos e privados do Ceará. 
 
Questionado onde os referidos trabalhos artísticos poderiam ser apresentados, o deputado respondeu "na rua".
 
 

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