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Famílias que ocupam terreno contam que estão sendo forçadas a sair

As famílias denunciam truculência da Guarda Municipal e da Polícia Militar
20:52 | Set. 07, 2017
Autor Angélica Feitosa
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Tipo Notícia

Um grupo de cerca de 30 famílias, que ocupa um terreno na rua Central, do bairro Cajazeiras, denuncia que teve seus barracos de madeira, que foram construídos por eles, destruídos por um grupo de cinco homens armados com a conivência de policiais militares e de guardas municipais na madrugada da última segunda, 2. Os cinco homens alegaram, segundo uma das mulheres da ocupação que O POVO opta por não identificar, que estavam cumprindo as ordens do dono do terreno. No entanto, ainda segundo a mulher, os homens não apresentaram nenhuma documentação.

A dona de casa conta que, no dia 27 de julho passado, as 27 casas de alvenaria, que foram construídas pelas próprias pessoas da ocupação, foram destruídas e os móveis foram deixados no meio da rua pelos mesmos agressores. “Derrubaram um comércio que tinha, retiraram tudo. Foi um desespero ver crianças e pessoas de idade deixadas no meio da rua e de forma truculenta”, lamenta.

O grupo de moradores, ainda de acordo com a mulher, foi até o 16º Distrito Policial, no bairro Dias Macedo, para registrar Boletim de Ocorrência sobre o fato. O POVO entrou em contato com a delegacia. Como a unidade não é plantonista, neste feriado, o cartório de registros não estava funcionando.

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Pessoas da ocupação procuraram a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de Fortaleza. A vereadora Larissa Gaspar (PPL), presidente da Comissão, afirma que, nessa quarta-feira, 6, recebeu a ligação de uma moradora denunciando que, em outra ocupação vizinha, atearam fogo e que ela estava com medo de também incendiarem a comunidade do bairro Cajazeiras. “Pedimos que nossa assessoria fosse até o local. O caminho é mesmo fazer a denúncia ampliar o aparato de Segurança Pública, para que policiais se façam presentes enquanto buscamos uma alternativa junto ao executivo Municipal”, informa.

Nadja Bortolotti, advogada do Escritório de Diretos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Dom Aloísio Lorscheider, da Câmara Municipal de Fortaleza, garante que as denúncias de ameaças serão apuradas.

“São famílias que realmente estão ali porque precisam. Porque já sofreram despejos e ameaças. O nível das diversas violências mostram que, se eles tivessem outra possibilidade, não estariam lá”

Nesta quinta-feira, 7, O POVO procurou a assessoria de imprensa da Polícia Militar, mas o assessor está em viagem e indicou uma substituta, que não atendeu às ligações. Já a Prefeitura de Fortaleza, por meio da assessoria de comunicação, afirmou que não teria tempo hábil para responder ainda nesta quinta-feira, às questões.

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