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Praia de Iracema fica coberta de lixo todas as segundas

Monturo se espalha na praia, sobretudo no espaço conhecido como Praia dos Crushes, no Aterro e no Aterrinho após festas ou às segundas. Prefeitura pede que população não jogue lixo no chão e afirma ter aumentado o número de lixeiras
20:30 | Ago. 21, 2017
Autor O POVO
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A cena já virou comum às segundas: ao caminhar no local conhecido como Praia dos Crushes, na Praia de Iracema, na altura do antigo Hotel São Pedro, o vendedor ambulante Wellington Silva, 21, só falta tropeçar no lixo. “É muita imundície desse povo”, reclama. São latas de cerveja e refrigerante, cocos secos aos montes, pratos e copos descartáveis, garrafas pet e todo tipo de material capaz de encher baldes. “É um lugar que deveria ser melhor preservado pelos banhistas”, sugere.
 
Com praia apinhada de gente, os dias posteriores a feriados, a fins de semana ou a comemorações resultam em lixo tomando conta de toda a faixa de praia. Não só na Praia dos Crushes. Aterro e Aterrinho também ficam repletos de sujeira. Janaína Farias, 43, corretora de seguros na cidade de Santa Catarina (RS), chegou neste domingo, 20, para passar férias na Capital, mas já pensa em voltar para casa. “Quando eu piso no calçadão e penso em entrar no mar, tomei um susto com tanto lixo”, aponta ela, lembrando que se torna um perigo as garrafas de vidros deixadas no chão.
 
Encontrar lixo no mar 
Eles chegaram ao aterro da Praia de Iracema cedinho, às 6 horas, ao lado do espigão da avenida Rui Barbosa. Logo, deixaram as boias de natação de lado, por um instante, para recolher tudo estranho à areia. “Têm dias que a gente nada e se esbarra com o lixo até dentro do mar”, descreve o professor de natação, Lucas Costa, 23.
 
O professor e os amigos “cataram” essa rua de lixo numa manhã. Mas esse fato não foi exceção. Todas as segundas-feiras ou, ainda, depois de alguma festa no aterro, é preciso fazer uma faxina para conseguir usar parte da praia. É essa a realidade do local que é o cartão postal de Fortaleza. Lucas conta que, graças a consciência de poucos, “agora essa parte da praia está limpa”. “Chega a ser triste de tanta imundície”, completa o aluno da natação, Francisco Narciso, 36, segurança de shopping que conta que já encontrou garrafas pets boiando no mar. 
 
É arriscado, inclusive, para quem corre na praia. “Vive tendo gente tropeçando e se ferindo”, aponta o vendedor de coco Josué dos Santos Alves, 52. Com barraca montada no aterro, esquina da avenida Rui Barbosa, Josué já viu vários corredores caindo e dando de cara com o lixo. Ou, então, ferindo o pé quando decidem fazer o percurso descalços. “É muita falta de educação. Quero ver fazerem isso na própria casa”, sugere.  No aterro, a sujeira chega ao cúmulo de ter lixo dentro da proteção de alvenaria de um dos coqueiros.
 
Em nota, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da assessoria de imprensa, informa que ampliou, no mês de julho, o número de lixeiras de concreto na orla dos bairros Praia de Iracema e Meireles. Agora, a área da cidade conta com 160 lixeiras. Neste local, o serviço de remoção de resíduos sólidos e varrição, realizados pela Ecofor Ambiental, ocorre diariamente, em dois turnos, das 8 às 16 horas e das 22 às 6 horas, com o apoio do caminhão compactador. A nota também faz o pedido de apoio da população para que deposite seus resíduos sólidos em locais adequados e faça sua parte para manter a cidade limpa.

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