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Floração dos ipês adianta a primavera em Fortaleza

As cores nas copas das árvores chamam a atenção de quem passa. A floração deve durar até outubro, segundo especialista
07:00 | Jul. 27, 2017
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia
A renovação no ciclo dos ipês traz mais vida à cidade. Cores que, ainda perdidas em meio ao trânsito e aos prédios, transbordam uma alegria adormecida. A partir do fim de julho, espécies como ipês, jambeiros, mangueiras e cajueiros floram. É a antecipação da primavera.
 
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Roxos, róseos, raramente brancos e, mais comumente, amarelos, os ipês têm floração antecipada do lado de cá. No restante do País, as cores só aparecem no fim de setembro, com o início certinho da primavera. Privilégio nosso, como reconhece Carlos Pereira Vieira, 63, morador do Papicu, que tem um exemplar pertinho de casa. 

Próximo ao terminal de ônibus, bem ali no canteiro central da avenida Engenheiro Santana Júnior, a sutileza do rosa. “Acho bonito, viu. Lá no interior, a gente conhece como pau d’arco; bota flor nessa época mesmo”, diz Carlos, admirado. 
 
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Passam despercebidas outros exemplares na Capital. Tem ipê rosa no começo da avenida Júlio Abreu, outro amarelo escondidinho na Dom Luís. Na praças também, já mais vistosos, como nas praças da Imprensa e do Otávio Bonfim. A avenida Domingos Olímpio, é outra com ipês amarelos que parecem meditar, tranquilos no meio do corre-corre.

É presente mesmo, ter uma aquarela natural pintando a rotina. Tudo porque Fortaleza está perto da linha imaginária do Equador. A intensidade do sol é diferente, o que belisca o ipê mais cedo para o despertar da primavera. Só para desmentir quem diz que aqui só tem verão o ano todo.

Peculiaridades

A espécie é uma das distribuídas gratuitamente pela Prefeitura. É uma das mais usadas para fins ornamentais porque aqui ela se dá bem. É de fácil cultivo, tem médio porte e muita resistência. É o que explica o engenheiro agrônomo Vladimir Sena, especialista em Arborização Urbana e gerente de Manutenção de Praças, Canteiros e Passeios da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor).
 
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O ipê "adulto" tem pelo menos seis metros de altura. Pode chegar a mais de 30. Mesmo assim, as raízes pivotantes permitem o plantio em calçadas e meios-fios: não se expandem tanto e evitam, assim, quebra de piso em calçadas e problemas em tubulações subterrâneas.

A resistência da espécie está relacionada ainda à falta d’água. Aguenta semanas sem água, quando crescida. A seca é um prejuízo para árvores frutíferas, porém, como jambeiros, mangueiras e cajueiros. 

“Quase todas elas desenvolvem a parte vegetativa, da copa, na quadra chuvosa. As folhas caem e a árvore se prepara para flores e frutos no início do novo ciclo de floração entre agosto e outubro, com frutos prontos entre setembro e novembro”, explica Vladimir.
 
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O jambeiro tem a peculiaridade de florar mais de uma vez ao ano, outro exemplo de espécie resistente. Neste período não é diferente e as flores róseo-arroxeadas começam a sujar as calçadas

Mas o menor volume de chuvas nos últimos seis anos causou menores florações, segundo o especialista. Como principal exemplo, o cajueiro, dependente das precipitações de setembro, a famosa “chuva do caju”. Com menos água ao longo do ano, sem reservas suficientes, o desenvolvimento do fruto é prejudicado.

Saiba Mais

O outro nome do ipê vem – reza a lenda – dos indígenas que gostavam da madeira para fazer arcos de caça. Outro uso é a casca da árvore para fins medicinais. Ipê, afinal, vem do tupi “árvore da casca grossa; árvore cascuda”. Em 1977, lei oficializou a flor do pau d’arco como a flor nacional.

Se você tem uma foto bacana dessas árvores que começam a embelezar a cidade, marque a hashtag #VocêFotógrafo no Instagram. A imagem pode ser selecionada para aparecer nas redes sociais do O POVO Online. 
 
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