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Homeopatas de Fortaleza desenvolvem pesquisa sobre chikungunya

Com surto da doença transmitida pelo Aedes aegypti, médicos homeopatas buscam catalogar sintomas comuns para identificarem medicamentos. Pacientes voluntários selecionados são atendidos até julho, mas não há prazo para publicação dos resultados científicos
12:15 | Jun. 28, 2017
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A Sociedade Cearense de Homeopatia desenvolve pesquisa sobre a febre chikungunya em Fortaleza, compilando sintomas de pacientes, durante os meses de junho e julho. O projeto é coordenado pelos médicos especialistas em homeopatia Leila Albuquerque, José Tarcísio Diniz e Lina Tamassia. A ideia é descrever quais medicamentos homeopáticos podem ser utilizados no tratamento da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Ao todo, são coletados sintomas de 30 pacientes voluntários, que em troca recebem uma consulta gratuita dos especialistas no ambulatório de homeopatia do Instituto Gaia. "Sempre no caso de uma epidemia pode ser feito o estudo do gene epidêmico para ver quais medicamentos serão úteis. Muita gente procura alternativas para os efeitos coletarias da chikungunya. Tanto que já fechamos a quantidade de pacientes necessários para o estudo, a procura foi grande”, explica a médica pediatra Leila Albuquerque.

A pesquisa conta ainda com a participação de duas dentistas, que investigam sintomas orais, conforme Leila. "A buscas por tratamentos não convencionais, pelas práticas chamadas integrativas, vem crescendo. Tem situações que você precisa de um tratamento assim. A homeopatia não vê só o corpo, mas a relação do corpo com o meio", frisa a especialista.

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O projeto é baseado no conhecimento de Samuel Hahnemann, conhecido como o pai da homeopatia por desafiar os métodos tradicionais de cura na época da epidemia de escarlatina (doença infecciosa). “A intenção não é ter um medicamento especifico. É definir quais os possíveis medicamentos, porque a medicina homeopática é individualizada, mas quando há epidemia passamos a ter sintomas comuns”, define Leila.

A pesquisa poderá ser publicada em artigos científicos, mas ainda não há prazo para a divulgação dos resultados, conforme Leila. "Tentamos fazer durante o surto da dengue, mas não deu certo por motivos burocráticos. Achamos interessante porque Fortaleza é a capital do Brasil em termos de chikungunya", completa ela.

A taxa de incidência dos casos suspeitos de chikungunya no Ceará é de 909,9 casos por 100 mil habitante, aponta o último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), divulgado na última sexta-feira, 23.

Em 2017, foram notificados 81.557 casos da doença, sendo que 38.959 foram confirmados e 6.810 descartados. Ao todo, 33 mortes em decorrência da chikungunya foram registradas este ano no Ceará, nos municípios de Acopiara (01), Beberibe (01), Caucaia (03,) Fortaleza (25), Morada Nova (01), Pacajus (01) e Senador Pompeu (01).

Redação O POVO Online

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